07/05/2021 às 10h30min - Atualizada em 07/05/2021 às 10h30min

​BOLSONARO NÃO COMBATE O CORONAVÍRUS.

PREFERE PROPAGANDA E GOLPES BAIXOS?


A CPI da Covid já tirou “não-conclusões” importantíssimas. Não foi o ex-ministro da Saúde Nelson Teich que ‘receitou’ cloroquina para a ‘farmacinha’ do governo federal. Também não foi responsabilidade do general da saúde, o general Pazuello. Nem foi o doutor Marcelo Quiroga. Concluiu-se também que nem Nelson Teich nem o doutor Quiroga são favoráveis ao uso da cloroquina no combate ao vírus da Covid. Eles seguem a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) que já disse com todas as siglas que é absolutamente contra uma droga de remédio que não teria demonstrado eficiência no combate ao coronavírus.  
 
Concluiu-se, portanto, que o Governo acumulou trapalhadas e amadorismo, tanto na vida real quanto na CPI da Covid. Os próprios parlamentares da base bolsonarista dizem que o Planalto tem mais atrapalhado do que ajudado. O governo Jair Bolsonaro expôs em detalhes a sua falta de articulação e já contabiliza três deslizes, na visão de senadores.
 
Na primeira reunião com ministros desde a instalação da comissão, nessa quarta, 5, governistas cobraram organização. Mas logo se viu que será difícil arrumar a casa.
Os primeiros episódios citados foram os requerimentos feitos por uma assessora da Casa Civil, em computadores do Palácio do Planalto, em nome de senadores da base, e a mensagem errada foi enviada por Fábio Faria (Comunicações) a Luiz Henrique Mandetta com perguntas para o próprio, quando o destinatário era, na verdade, Ciro Nogueira (PP-PI).
 
Nessa quinta-feira, 6, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) foi visitar o general Eduardo Pazuello, que faltou na CPI com o argumento de que deveria cumprir quarentena após contato com assessores com Covid. O episódio irritou senadores independentes e da oposição, que viram nisso, com razão, uma grande afronta.
 
Na reunião com senadores, Onyx e Eduardo Ramos (Casa Civil) disseram que os ponteiros estavam acertados e que dariam total suporte aos integrantes da base que compõem a CPI. Chamou a atenção dos participantes a aparente boa relação entre os dois, que têm brigado nos bastidores.
 
Por seu lado, Bolsonaro voltou a defender a cloroquina e chama de "canalhas" quem critica o remédio que seria inútil para Covid, perigoso para os pacientes e que já teria, portanto, contribuído direta ou indiretamente para o Brasil ter mais de 12% das mortes por coronavírus no mundo. Vale marcar bem: mais de 12% das mortes por coronavírus no mundo!!!
 
Mas Bolsonaro, diante das evidências negativas, resolveu adotar como ‘estratégia’ um tom ainda mais agressivo e partiu para a defesa do remédio, em sua "live" semanal. “Eu nunca vi ninguém morrer por ter usado hidroxicloroquina, que é largamente usada na região amazônica para combater malária e lúpus”, declarou Bolsonaro. O que ele não fez foi contar todos aqueles que morreram, mesmo tendo tomado a hidroxicloroquina.
“Canalha é aquele que critica cloroquina e ivermectina e não apresenta alternativa”, afirmou, em outro trecho da live (!). Como assim, Bolsonaro? Claro que há alternativa. Aliás, duas grandes alternativas: afastamento social e vacina. Outra grande alternativa é não dar ouvidos ao que ele fala.
 
Aliás, essa insistência de Bolsonaro na defesa de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid já virou um dos alvos de investigação da CPI, que apura os esforços despendidos pelo governo, como aponta reportagem da Folha.

Enquanto o mundo inteiro corre atrás de vacina, o Brasil do bolsonarismo aposta em cloroquina, distribuído a milhares de pacientes como “tratamento precoce”. Por essas e outras, o Brasil registrou, no dia 5 de maio de 2021, nada menos do que 12,8% das mortes por coronavírus no mundo (414 mil de um total de 3,2 milhões), apesar de representar menos de 3% da população mundial.

Mas o que é mais absurdo ainda é que ele, presidente da República do Brasil, resolveu, como vingancinha, atacar o filho (governador Renam Calheiros Filho) do relator da CPI do Coronavírus. Isso já está no campo do ‘canalhicevírus’.
 
Até quando os “pacientes” de Bolsonaro sobreviverão?


Leia também no Brasil247 e Folha.
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