Sabe aquela gripezinha que Bolsonaro espalhava orgulhosamente pelos quatro cantos do país? Claro que sabe, ela se espalhou por toda parte (e deve estar justificando o orgulho de todos os bolsonaristas). Pois bem, fique sabendo que a “gripezinha” fez a taxa de crescimento populacional do Brasil cair profundamente. E não só pela explosão de mortalidade da pandemia – é que a natalidade no país diminuiu! Sabe o que é baby boom? É quando há um crescimento imenso de nascimentos. Mas aqui aconteceu o contrário, graças ao efeito baby bust: os números de falecimentos foram maiores do que os de nascimentos!
Segundo reportagem de Rafael Garcia, no Globo, no mês de março do ano passado, foram 13 nascimentos para cada 10 mortes no país. Um ano atrás, quando a pandemia mal tinha chegado, essa taxa foi de 22 nascimentos para cada 10 mortes. Nos primeiros 12 dias de abril, pela primeira vez, oito estados registraram menos nascimentos do que mortes, apesar de os dados não estarem consolidados. O levantamento foi feito com base em dados de cartórios da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).
O Rio foi o estado que mais sofreu esse efeito ao longo da pandemia. Teve redução de população, em maio e dezembro de 2020 e em janeiro de 2021. Segundo demógrafos, a diferença entre nascimentos e mortes se acentuou porque foi quando o pico da primeira onda da pandemia completou nove meses, tempo de uma gestação. Com muitos casais adiando o plano de ter filhos.
— Muita gente que podia adiar a gravidez optou por isso, para evitar ter parto no meio de uma pandemia, com hospitais colapsando — diz o demógrafo José Eustáquio Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. — E diminuiu também o número de casamentos, porque com a quarentena é muito difícil sair em lua de mel e dar festa. E até o número de separações aumentou, com mais conflitos dos casais que não aguentam ficar em casa — afirma.
Mas nem tudo é desespero. Apesar de Bolsonaro, já temos boas notícias. Graças ao afastamento social, às vacinas e à ausência de Bolsonaro, a curva da morte começou a cair. Finalmente a gripezona está virando realmente uma gripezinha...
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