"Eu acho uma pena, essa imprensa mequetrefe que a gente tem aqui no Brasil fique dando conta de cobrir apenas a máscara. 'Ah a máscara, está sem máscara, está com máscara'. Enfia no rabo gente, porra! A gente está lá trabalhando, ralando”, foi o que disse o deputado federal e filho presidencial Eduardo Bolsonaro. Isso foi gravado em vídeo e publicado na noite desta quarta-feira, 10, no perfil no Instagram do deputado filho presidencial.
Ele lançou essa pérola das boas maneiras enquanto comentava a viagem que fez a Israel junto a uma comitiva brasileira para conhecer o spray contra a Covid-19 que está em fase de testes iniciais no país do Oriente Médio. O deputado estava apenas reproduzindo o pensamento do pai, Jair, que, no fim de fevereiro, questionou a eficácia do uso da máscara no combate ao coronavírus, apesar da indicação feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como forma de prevenção à disseminação do vírus.
“Começam a aparecer os efeitos colaterais das máscaras. Eu tenho minha opinião sobre as máscaras, cada um tem a sua, mas a gente aguarda um estudo sobre isso feito por pessoas competentes”, disse na época, mais de um mês atrás.
Eduardo Bolsonaro também respondeu, nessa quarta, às críticas feitas por Lula em relação às ações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus, que bate recordes de número de mortes no país. Ele minimizou a importância do uso da máscara, incentivou aglomerações, declarou-se contra as medidas de isolamento social e desdenhou das vacinas contra a Covid-19. Disse que Lula "agora inicia uma campanha" política e que ele "não tem nada para mostrar de bom". "Não justifica essa crítica do ex-presidente Lula, que agora inicia uma campanha. Como não tem nada para mostrar de bom, essa é uma regra no PT, a campanha deles é baseada em criticar, mentir e desinformar", afirmou, sem apontar de quais críticas, mentiras e desinformações estava falando.
Ele simplesmente demonstrou que Lula incomoda muito como próximo adversário da campanha eleitoral de 2022. Ele chegou a contrariar a recomendação de seus assessores, que disseram para ignorar as declarações de Lula e se concentrasse em defender a vacinação contra a Covid. (ou seja, esses assessores desconhecem o “assessorado” que têm...) Os Bolsonaros dizem por seus gestos e palavras que estão apavorados, porque finalmente vão ter que enfrentar Lula eleitoralmente. Além disso, confirmam as palavras de Lula, que classificou de "desgoverno" a resposta de Bolsonaro na crise sanitária.
"Demos todos os meios para prefeitos e governadores, até na questão do oxigênio em Manaus. Nas primeiras 48 horas estavam chegando os primeiro cilindros na região, isso graças ao trabalho da Força Aérea e a ligação direta que o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, tem com o ministro da Defesa Fernando Azevedo", respondeu Bolsonaro, talvez querendo dizer que os culpados são os ministros...
Parece que a avaliação do entorno presidencial é que, devido à intensificação da pandemia, o governo precisa abraçar o "Plano Vacina" e tentar se descolar do rótulo de negacionista - imagem conquistada após diversas declarações questionando imunizantes e o isolamento social e defendendo tratamentos ineficazes para a doença.
Talvez o que eles realmente precisam é de vacina contra incompetência...
