A pesquisa é Datafolha, feita ao longo de 2020, e mostra de cara que para 69% da população brasileira a situação econômica do país não vai melhorar. Nada surpreendente. Ou melhor: o surpreendente é que a pesquisa não mostre que são 100% os que pensam assim. Inacreditavelmente, 28% dos entrevistados estão otimistas!!! Como assim?!?!? Esses otimistas estão internados onde? No Planalto?
Na pesquisa, feita em dezembro de 2019, antes da crise gerada pela pandemia, apenas 24% (que certamente já sabiam muito bem quem era Bolsonaro) esperavam piora, 31% esperavam estabilidade e 43% (os iludidos...) achavam que iria melhorar.
Agora, perguntados sobre a perspectiva para sua própria situação econômica, 22% dizem que vai piorar, 46% avaliam que ficará como está e 31% esperam uma melhora. Em agosto, eram 19% os que achavam que ia piorar, 49% que ficaria como está e 30% que melhoraria.
Para 2021, as expectativas do mercado financeiro são de retomada do crescimento, após o encolhimento da economia registrada em 2020 por causa da pandemia. Mas não acreditam que esse possível crescimento seja suficiente para repor as perdas verificadas no ano passado, o que só deve ocorrer em 2022. (embora o correto seria pensar “após a saída de Bolsonaro”)
Para o primeiro semestre deste ano, 2021, o cenário é de mais incertezas, por conta do tempo necessário para o início do programa de vacinação e da evolução da Covid-19 no país. (e por conta de Bolsonaro continuar presidente...) A redução do auxílio emergencial pela metade, por exemplo, colocou a renda de cerca de 7 milhões de pessoas abaixo do nível de pobreza (até R$ 5,50 por dia em outubro de 2020), em relação ao verificado em setembro, e esse número deve subir para quase 17 milhões de pessoas, com a extinção do benefício, segundo estudo do pesquisador Vinícius Botelho, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
A pesquisa do Datafolha mostrou que o auxílio emergencial ainda era única fonte de renda para 36% das famílias que receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado. Segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados pediram o auxílio emergencial e 81% desses pedidos foram atendidos. Diz o governo que o voucher-emergência alcançou quase 70 milhões de brasileiros. A retomada do emprego ainda é dúvida, mesmo com a geração recorde de vagas com carteira em novembro. Afinal, no total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros. A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da PNAD COVID, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos. Infelizmente, a pesquisa não mostra especificamente o fator Bolsonaro no afundamento do país. Parece que ele ainda vive nos tempos da gripe espanhola...