O plano de vacinação de Bolsonaro é fake. Pazuello é fake. O país que dizem que estão conduzindo é fake. Consegue ser mais fake do que o “admirável” mundo de Trump. O projeto não tem data de início e os cientistas citados não leram o documento. Tá bom ou quer mais?
O Ministério da Saúde apresentou nesse sábado, dia 12, o seu plano nacional de imunização contra o coronavírus. Perfeito. Perfeito, mas não divulgaram uma data prevista para o início da vacinação e acrescentaram a CoronaVac entre as vacinas com previsão de aquisição pelo governo federal, a mesma vacina chinesa – aparentemente muito boa – que Bolsonaro andou detonando.
O chamado “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19” foi entregue eletronicamente pela pasta da Saúde, na véspera, à Advocacia Geral da União (AGU) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de processo que tramita na corte sobre a aplicação de vacinas no país, e divulgado pelo ministério em seu site oficial nesse sábado. O programa é divido em 10 eixos, passando pela definição de população-alvo, vacinas que serão aplicadas, operacionalização das campanhas, orçamento e comunicação que será adotada. Que beleza! De acordo com o documento, serão necessárias 108 milhões de doses para vacinar 51 milhões de brasileiros do grupo prioritário, que inclui trabalhadores da saúde e idosos, entre outros.
Nessa semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a vacinação poderia começar ainda este ano (nesses 18 dias?), caso a Pfizer receba (nesses 18 dias?) aprovação da Anvisa para uso emergencial de sua vacina no Brasil (nesses 18 dias?) e entregue (nesses 18 dias?) as doses ao governo federal.
O Ministério da Saúde está em negociações com o laboratório por 70 milhões de doses, mas apenas 2 milhões com previsão de entrega no primeiro trimestre de 2021. A vacina da Pfizer já foi aprovada para uso em países como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Dória já anunciou, inclusive, que pretende começar a vacinação em São Paulo em 25 de janeiro com a CoronaVac - apesar de a vacina ainda não ter nem mesmo o seu pedido de registro apresentado à Anvisa.
No total, 13 (PT?) vacinas aparecem na lista do ministério entre aquelas que podem ser adquiridas. A pasta afirma no plano que está fazendo prospecção de todas as vacinas e sediou encontros com representantes de diversos laboratórios que possuem vacinas em fase 3 de pesquisa clínica para aproximação técnica e logística, destacando que é necessária a aprovação da Anvisa. Segundo Pazuello, qualquer vacina aprovada pela Anvisa será adquirida pelo governo federal. Quanto ao orçamento, o governo federal afirmou que já disponibilizou 1,9 bilhão de reais de encomenda tecnológica associada à aquisição de doses de vacina pela AstraZeneca/Fiocruz. Outros 2,5 bilhões de reais foram para adesão ao Consórcio Covax Facility. “Além disso, 177,6 milhões de reais para custeio e investimento na Rede de Frio, na modernização do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e fortalecimento e ampliação da vigilância de síndromes respiratórias. E um destaque orçamentário de 62 milhões de reais para aquisição de mais 300 milhões de seringas e agulhas.”
Na sexta-feira, 11, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou em audiência no Congresso que o custo de uma vacinação em massa da população será de aproximadamente 20 bilhões de reais. De acordo com uma fonte com conhecimento da questão, o governo federal está preparando uma medida provisória liberando esse valor para a imunização da população. O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que o plano de vacinação será apresentado e detalhado à população na quinta-feira.
Tá tudo muito bom. Será que já combinaram com o coronavírus?
O Governo já teria entregado ao STF seu plano de imunização com previsão de 108 milhões de doses para grupos prioritários. Trabalhadores da saúde e idosos estão incluídos nesses grupos e deverão ser imunizados em quatro fases. Mais de 51 milhões de pessoas devem ser vacinadas nessa etapa.
O DOCUMENTO: CADÊ? QUEDE? ONDE ESTÁ?
Pesquisadores que assessoraram o Ministério da Saúde e têm os nomes citados no documento emitiram nota conjunta afirmando não terem sido consultados antes do envio do plano de vacinação ao STF. A nota divulgada no site da pasta na noite deste sábado diz que o plano será apresentado e detalhado à população na próxima quinta-feira, dia 17, e que o documento ainda poderá sofrer modificações "durante o seu processo de implementação".
O documento enviado ao STF, pela Advocacia-Geral da União, tem o título de "Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", assinado pelo Ministério da Saúde. O material tem a data do dia 10 de dezembro e foi anexado na noite dessa sexta-feira, 11, às ações que tramitam no STF sobre o tema. O plano é dividido em 10 eixos, entre os quais vacinas, o orçamento para viabilizar a vacinação e comunicação.
Segundo o plano enviado ao STF, o Brasil "garantiu" cerca de 300 milhões de doses de vacinas por meio de três acordos: Fiocruz/Astrazeneca: 100,4 milhões de doses até julho e mais 30 milhões no segundo semestre; Covax Facility: 42,5 milhões de doses; Pfizer: 70 milhões de doses (ainda em negociação).
Os números incluem a negociação para adquirir a vacina da Pfizer, já utilizada no Reino Unido e que recebeu aprovação para uso emergencial da agência reguladora de medicamentos americana, a FDA. A nota técnica que acompanha o plano apresenta outras informações. Segundo a nota, o Brasil tem, atualmente, acordos para aquisição de 142,9 milhões de doses: Fiocruz/AstraZeneca: 100,4 milhões Covax Facility: 42,5 milhões
Além disso, conforme a nota, a capacidade de produção, por meio de acordo bilateral de transferência de tecnologia com a AstraZeneca/Oxford, por intermédio da Fiocruz, será de 160 milhões de doses, previstas para o segundo semestre de 2021.
"Somados os 142 milhões + 160 milhões, o Brasil poderá ofertar 300 milhões de doses na rede pública de saúde, além de outras que venham a ser aprovadas futuramente pela Anvisa", diz a nota. A Covax Facility é um programa global coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impulsionar o desenvolvimento e garantir a compra de vacinas contra a Covid-19. A coalizão envolve mais de 150 países.
Segundo o plano, a interrupção da circulação do vírus no Brasil depende de uma vacina "altamente eficaz" tomada por mais de 70% da população. Conforme o governo, enquanto não há ampla disponibilidade de vacinas no mundo, é preciso definir grupos prioritários a fim de "contribuir para a redução de morbidade e mortalidade" pela Covid-19. O plano tem um quadro com a estimativa de quantas pessoas deverão ser vacinadas em cada grupo prioritário, a partir do cronograma e quantitativo de doses já acertado pelo governo da "vacina de Oxford", produzida em parceria pela universidade britânica e a empresa AstraZeneca, que tem parceria no Brasil com a Fiocruz.
Grupos prioritários O plano define grupos prioritários para a vacinação. Essa etapa é dividida em quatro fases. Somando as quatro fases dos grupos prioritários, o plano prevê 108,3 milhões de doses. O Ministério da Saúde pondera no plano que os grupos são "preliminares" e passíveis de mudanças a depender das indicações da vacina após aprovação da Anvisa, bem como possíveis contraindicações.
Primeira fase
Trabalhadores de saúde: 5.886.718 pessoas
Pessoas a partir de 80 anos: 4.266.553
Pessoas de 75 a 79 anos de idade: 3.480.532
Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas: 198.249
Indígenas: 410.348
Número de doses estimadas (duas doses por pessoa) + 5% de perda: 29.909.040
Segunda fase
Pessoas de 70 a 74 anos: 5.174.382
Pessoas de 65 a 69 anos: 7.081.676
Pessoas de 60 a 64 anos: 9.091.902
Número de doses estimadas (duas doses por pessoa) + 5% de perda: 44.830.716
Terceira fase:
Pessoas com comorbidades: 12.661.921
Número de doses estimadas (duas doses por pessoa) + 5% de perda: 26.590.034
Quarta fase
Professores, nível básico ao superior: 2.344.373
Forças de segurança e salvamento: 850.496
Funcionários do sistema prisional: 144.451
Número de doses estimadas (duas doses por pessoa) + 5% de perda: 7.012.572
Logística
O eixo de logística do plano trata de recebimento, armazenamento, envio e distribuição de insumos para vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a logística é feita por uma empresa terceirizada.
O governo dispõe de um de complexo central em Guarulhos (SP), ao lado do aeroporto da cidade paulista. A estrutura ainda conta ainda com outras três sedes (Brasília, Recife e Rio de Janeiro).
O ministério informou que conta com uma frota de 150 veículos "refrigerados". O plano cita a entrega de insumos por rodovia para: Santa Catarina, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Minas Gerais e demais estados em um raio de 1.400 km.
Também há previsão de envio por avião para pontos distribuição, de onde o material seguirá por rodovia. No Nordeste, Recife receberá o material levado por aviões.
No Norte, o governo tem acordos com as companhias aéreas Azul e Latam, além de companhias de aviões cargueiros particulares, com entregas em Manaus, de onde segue para Rio Branco, Porto Velho e Boa Vista. Também será enviado insumo por avião para Belém, seguindo até Macapá.
Treinamento
O plano informa que haverá treinamento para profissionais de saúde do SUS que atuarão nas campanhas de vacinação, em especial para quem trabalha na Atenção Primária em Saúde e nas mais de 38 mil salas de vacina do país. O curso será na modalidade de Educação à Distância (EaD).
O caso CoronaVac
No plano, o Ministério da Saúde diz que governo disponibilizará crédito extraordinário, ou seja, dinheiro para "aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular que apresente eficácia e segurança para a população brasileira". Em outro trecho, o material trata de "vacinas candidatas" que estão na terceira e última etapa de testes e que podem ser compradas pelo ministério. A lista tem 13 vacinas, entre as quais a CoronaVac, desenvolvida no Brasil em parceria pelo Instituto Butantan com a empresa chinesa Sinovac. A CoronaVac tem sido motivo de briga política entre o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro.
Em outubro, o Ministério da Saúde afirmou que compraria doses da CoronaVac, mas a possível aquisição foi desautorizada por Bolsonaro.
Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar em uma rede social a suspensão de testes da CoronaVac determinada pela Anvisa, após a morte de um voluntário que cometeu suicídio. A agência reverteu a própria decisão e os estudos foram retomados dois dias depois.
João Dória já definiu o próximo dia 25 de janeiro como data de início da aplicação da CoronaVac em São Paulo.
Na última quinta-feira, 10, um grupo de cientistas pediu ao Ministério da Saúde que incluísse a CoronaVac no plano de imunização. Os pesquisadores destacaram a necessidade de um grande número de doses para assegurar a cobertura vacinal no país.
Nessa sexta-feira (11), após reunião com o ministro da Saúde, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou, em uma rede social, que o governo federal iria requisitar todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19, possibilidade que seria prevista em uma medida provisória. O Ministério da Saúde negou a informação.
No mesmo dia, João Dória reagiu e disse que a suposta requisição representaria um "confisco", por parte do governo, de imunizantes.
Comunicação
O governo planeja uma campanha para incentivar a vacinação, com informações sobre o processo de produção e aprovação de uma vacina a fim de “dar segurança à população em relação a eficácia” das vacinas. A campanha também tem objetivo de informar sobre públicos prioritários, dosagens e locais de vacinação. Por meio de redes sociais do Ministério da Saúde e de parceiros, o plano prevê “manter toda a população informada, respondendo as fakenews e mensagens”. Tomara...
Ação no STF
A elaboração de um planejamento do governo para vacinação da população brasileira foi alvo de ações de partidos no STF. O caso começou a ser analisado em plenário virtual, mas foi retirado pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux. Relator do tema no STF, o ministro Ricardo Lewandowski já havia adiantado o voto, a favor de que o governo federal apresentasse em 30 dias um plano detalhando as estratégias e ações para assegurar a oferta de vacinas para o coronavírus. Dias depois, o governo federal apresentou uma "estratégia preliminar" para a vacinação da população contra a Covid-19.
Nesse sábado, Lewandowski determinou que se dê “ampla publicidade” ao plano e pediu que as ações sejam retiradas da pauta do plenário da Corte “para melhor exame”. O ministro também determinou que o documento seja encaminhado ao Congresso Nacional.
Ah, sim... salve-se quem puder. Não por causa das vacinas, que devem ser todas excelentes. O perigo é o bolsonavírus!!!