04/09/2020 às 10h43min - Atualizada em 04/09/2020 às 10h43min

​SPUTNIK ENTRA EM ÓRBITA

VACINA RUSSA FOI LANÇADA COM SUCESSO


63 anos depois, quando foi lançado ao espaço o primeiro satélite artificial, chamado Sputnik, outro Sputnik russo faz sucesso mundial. É a Sputnik V, a vacina russa para coronavírus (Covid-19) que gerou imunidade sem efeito colateral. E quem atesta é a principal revista científica do mundo, The Lancet. De acordo com cientistas, em estudo publicado, não foram detectados pelos especialistas efeitos indesejados graves da vacinação da Rússia contra a Covid-19 por nenhum dos critérios de avaliação.
 
Faz menos de um mês que foi feito o registro da Sputnik V contra a Covid-19, e a revista The Lancet já publicou hoje, 4 de setembro de 2020, os resultados das primeiras fases de testes clínicos do medicamento, algo que era muito aguardado pelos representantes da comunidade científica mundial.
 
É importante destacar que o material publicado responde às críticas de especialistas estrangeiros e demonstra a tão esperada clareza sobre o desenvolvimento do medicamento pelos cientistas russos.
 
Como primeira vacina contra a Covid-19 registrada na Rússia e no mundo, a Sputnik V mostra-se não apenas eficaz no combate ao coronavírus SARS-CoV-2 como também tem aplicação segura. Segundo afirmam os cientistas do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, este é o primeiro passo de uma série de informações sobre a Sputnik V em revistas científicas.
 
"Em setembro, também serão entregues para publicação os dados completos dos testes da vacina em animais – primatas, hamsters sírios, ratos transgênicos, nos quais a vacina mostrou 100% de eficiência (os resultados nos primatas e hamsters sírios foram obtidos antes dos testes clínicos). Os primeiros resultados dos testes clínicos pós-registro (terceira fase), com a participação de 40 mil voluntários, serão publicados em outubro-novembro", disseram cientistas desenvolvedores da vacina, Aleksandr Gintsburg e Denis Logunov, do Centro Gamaleya.
 
Segurança comprovada
 
Uma das principais conclusões dos cientistas é com relação à segurança da vacina. De acordo com os resultados dos testes clínicos da primeira e segunda fases, não foram detectados pelos especialistas efeitos indesejados graves da vacinação por nenhum dos critérios de avaliação.
 
É importante destacar que algumas vacinas contra a Covid-19 acabaram trazendo efeitos indesejados graves em 25% dos vacinados.
 
Imunidade duradoura

Na publicação foram também apresentadas provas científicas da eficiência da vacina Sputnik V. Como exemplo, é comprovada sua capacidade de gerar uma resposta imunológica duradoura do organismo em 100% dos vacinados, graças à tecnologia única de aplicação em duas etapas.
 
Denis Logunov, vice-diretor do Centro Gamaleya, garante que se observa imunidade humoral (subdivisão da imunidade adquirida onde a resposta imunológica é realizada por anticorpos) e resposta imunológica celular em 100% dos vacinados, o que é suficiente para proteger o ser humano de forma eficaz contra a infeção pelo coronavírus.
 
"O nível de anticorpos nos voluntários vacinados foi 1,4-1,5 vezes maior do que nas pessoas que adoeceram e venceram a doença. Como comparação, a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca obteve um nível de anticorpos nos voluntários vacinados praticamente igual ao nível de anticorpos daqueles que adoeceram após infecção pelo coronavírus", publicou a revista, citando Logunov.
 
O Centro Gamaleya afirma que, no contexto dos testes clínicos da Sputnik V, em todos os voluntários se desenvolveu a imunidade celular T, representada tanto por células CD4+, como por células CD8+ - que permitem reconhecer e destruir as células infectadas pelo coronavírus.
 
A Sputnik V funciona em 100% dos casos. Uma conclusão importante, porque um dos maiores receios da comunidade científica em relação ao uso de vacinas na base de vetores de adenovírus do ser humano (precisamente o método usado pela vacina Sputnik V) seria a existência anterior em algumas pessoas de imunidade em relação aos adenovírus. Havia o receio de que esta imunidade não deixasse entrar no organismo a quantidade necessária de adenovírus humano, que na vacina exerce a função de "táxi", levando às células o material genético da membrana externa do coronavírus (é bom lembrar que a vacina Sputnik V não contém o próprio coronavírus, o que excluiu completamente a possibilidade de infecção).
 
Considerando que as pessoas habitualmente adoecem por adenovírus (um exemplo é o simples resfriado), nelas pode se formar imunidade, a qual teoricamente poderia reduzir a eficiência da vacina, que usa adenovírus como vetor.
 
Os resultados dos testes acabaram mostrando o oposto: a imunidade pré-existente não influencia a eficiência da vacinação.
 
Bem-vinda em nossa órbita, Sputnik V. Sua ação pode evitar a humanidade de ir pelo espaço...
 
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