13/07/2020 às 07h59min - Atualizada em 13/07/2020 às 07h59min

MÁSCARAS OBRIGATÓRIAS?

A FRANÇA DEVE VOLTAR A EXIGIR



As autoridades de saúde francesas insistem cada vez mais: cuidado, o vírus não desapareceu, circula de maneira cada vez mais ativa. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou ontem à noite, da Guiana, que o governo estava considerando tomar novas medidas de combate à propagação do coronavírus (Covid-19) na França. "A questão do uso da máscara está sendo bem estudada, principalmente nos lugares fechados", disse ele, destacando que "a circulação do vírus é ainda mais evidente quando as instalações são fechadas".

A declaração veio junto com o alerta, no sábado, de 14 médicos renomados contra o relaxamento nas barreiras contra o coronavírus. Eles exigiram que o uso da máscara fosse obrigatório em locais públicos fechados. "Alguns sinais estão começando a aparecer e devem nos alertar para um possível reinício maciço das transmissões", escreveram em uma coluna publicada em Le Parisien-Aujourd'hui na França.

O epidemiologista Daniel Lévy-Bruhl, chefe da unidade de infecções respiratórias da SPF - Santé Publique France (Saúde Pública Francesa), declarou em seu último boletim epidemiológico semanal, com dados relatados até 7 de julho, que há "uma nova tendência no aumento da circulação do coronavírus (Covid-19) e estamos preocupados, porque o risco é de que esse aumento continue".

O governo também foi alertado pela controvérsia decorrente do evento público organizado em Nice - um grande show ao ar livre no centro da cidade - reunindo milhares de pessoas. As imagens da multidão sem máscara incomodaram médicos, virologistas e autoridades de saúde.

 

Uma segunda onda muito em breve na França?

Em 9 de julho, Jean-François Delfraissy, presidente do Conselho Científico, já tinha alertado: "Não vemos como evitar o retorno do vírus no Hemisfério Norte no outono (*)" , portanto, uma segunda onda pode acontecer em outubro-novembro ", afirmou. E acrescentou, de forma bem enfática: "Todos devem entender que estamos à mercê de uma recuperação do vírus na França". Segundo o diretor adjunto do Instituto Pierre-Louis de Epidemiologia e Saúde Pública, Dominique Costagliola, é necessário evitar eventos de "super propagação", como grandes reuniões sem medidas de proteção. "O vírus continua a circular, por isso, se lhe oferecerem novas oportunidades de propagação, ele aproveitará", explicou o cientista. As contaminações certamente diminuíram, mas para Dominique Costagliola, "não parece que o declínio observado se deva ao aumento das temperaturas. Portanto, não podemos excluir a possibilidade de a epidemia retomar".

 

Leia mais em L’Internaute e Le Monde

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