27/06/2020 às 21h06min - Atualizada em 27/06/2020 às 21h06min

BRASIL TEM KNOW-HOW PARA PRODUZIR A VACINA

DESDE A DÉCADA DE 80

O Brasil, através do Ministério da Saúde, fechou acordo com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca (conglomerado farmacêutico sueco-britânico) para transferência de tecnologia de uma vacina contra o coronavírus (Covid-19). E, na sua coluna deste sábado, dia 27, no Uol, Chico Alves informa sobre a nossa capacidade de produzir vacina contra o coronavírus, destacando que, “mesmo sob um governo que repetidamente nega a importância dos cientistas, foi a ciência brasileira que possibilitou esse avanço”.

Ele cita o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão: "O acordo só existe porque, ao contrário de outros países latino-americanos, que nos anos 80 e 90 fecharam suas fábricas públicas de produção de vacinas e soros, o Brasil fez o caminho inverso. Naquele momento, tivemos um programa nacional de autossuficiência e imunobiológicos que investiu mais de US$ 100 milhões em vários laboratórios públicos, entre eles Butantan e Biomanguinhos".

Graças a esse esforço, os dois laboratórios produzem vacinas modernas, de tecnologias complexas. "Já duram décadas essas parcerias que transformaram o Brasil em um player extremamente importante", destaca ele.

Obviamente, isso exige um acúmulo de conhecimento, expertise, boas práticas de produção, controle de qualidade e profissionais qualificados, algo que leva muitos anos e esforço para montar, estruturar e validar. E é isso que o Brasil tem. Hoje não faltam evidências de que o trabalho dos cientistas brasileiros está entre os melhores do mundo, especialmente na área da saúde pública. Isso acontece desde Oswaldo Cruz (com a vacinação contra a febre amarela e a varíola), passando por Carlos Chagas (que promoveu a cura da doença de chagas), até a luta contra a zika (em que o Brasil foi liderança global em todos os aspectos).

Na pandemia do H1N1, o Brasil ganhou elogios da comunidade médica internacional ao vacinar 100 milhões de pessoas no início de 2010.

"Neste momento, o país testa em fase 3 uma vacina contra a dengue que poderá ser a primeira em termos globais que poderá realmente proteger contra a doença", afirma Temporão, que é pesquisador da fundação Oswaldo Cruz.

Foi esse know-how, acumulado por décadas, que permitiu que o Brasil tivesse condições de fechar a atual parceria para a produção da vacina contra o coronavírus. Como bem lembra Chico Alves, tá na hora deste governo Bolsonaro parar de tratar o trabalho dos pesquisadores como "balbúrdia" e finalmente intensificar o investimento de recursos nessa área tão importante.

Talvez fosse o caso de vacinar o país inteiro contra a síndrome da balbúrdia bolsonarista.

 

Leia também a Coluna Chico Alves

 

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