O bilionário Carlos Wizard Martins é o futuro secretário da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Mas já começou o seu trabalho estratégico, que é o de mudar o método de contagem dos mortos pelo coronavírus. Por trás de tudo haveria uma batalha por mais ou menos verbas federais. O governo Bolsonaro acha que os governadores de estado estariam aumentando o número de mortes para receber mais, enquanto os governadores acham que a Presidência está querendo dar um jeito de repassar menos verba. Um Conselho de Secretários estaduais classificou esse movimento federal como uma tentativa de dar invisibilidade aos mortos. Tipo: “Ei, morto, você não existe. Nem para os que estão vivos, nem para as estatísticas”.
Wizard disse que o governo Bolsonaro não pretende “desenterrar mortos”, como forma de averiguar se os mais de 35 mil óbitos registrados oficialmente pelo próprio governo, em relação ao coronavírus (Covid-19), foram de fato resultado de mortes pela doença. “Não pretendemos desenterrar mortos, não tratamos disso. O que pretendemos é rever os critérios dessas mortes”, disse Wizard.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Alberto Beltrame, por seu lado afirma que há uma tentativa “autoritária, insensível, desumana e anti-ética” de dar invisibilidade aos mortos pelo coronavírus.
O bilionário Carlos Wizard retruca dizendo que a pasta da Saúde conta com uma “equipe de inteligência” militar que identificou sinais de fraudes em dados prestados por alguns Estados e municípios, mas evitou dizer quais seriam esses locais, ou mesmo quantos. “Temos uma equipe de inteligência no ministério. Essa equipe encontrou indícios de que alguns municípios e estados estão inflacionando os dados para receber benefícios federais, isso é lamentável”, declarou.
Equipe de inteligência no governo Bolsonaro? É mais fácil acreditar na ressureição dos mortos...
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