Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, trocam farpas e acusações sobre a continuidade ou não do isolamento social, o número de mortes causadas pelo coronavírus cresce a a contaminação também. Segundo o último relatório divulgado, nessa segunda-feira, 13 de abril, foram confirmadas 1.328 mortes e 23.430 pessoas infectadas pelo coronavírus. A relação paciente/ morte também aumentou 5,67%. Mesmo criticando a Organização Mundial de Saúde, Bolsonaro deveria prestar atenção ao alerta feito pelo diretor-geral da OMS, nessa segunda-feira. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, os países só devem abandonar a estratégia de isolamento social quando a transmissão do novo coronavírus já estiver sob controle."A nova estratégia resume o que aprendemos e traça o caminho a seguir. Inclui os seis critérios para os países que consideram o levantamento de restrições. Todo país deve implementar um conjunto abrangente de medidas para diminuir a transmissão e salvar vidas, com o objetivo de alcançar um estado estável de transmissão de baixo nível ou sem transmissão", afirmou em entrevista coletiva. Esses são os critérios definidos pela OMS : 1) A transmissão deve estar controlada. 2)As capacidades do sistema de saúde possam detectar, testar, isolar e tratar todos os casos e rastrear todos os contatos. 3)Os riscos de surtos sejam minimizados em contextos específicos, como unidades de saúde e asilos. 4)As medidas preventivas devem existir em locais de trabalho, escolas e outros lugares onde é essencial que as pessoas sigam atuando. 5) Os riscos de importação possam ser gerenciados. 6)As comunidades sejam totalmente educadas, engajadas e capacitadas para se ajustarem à "nova norma". "Sabemos que encontrar precocemente casos, testar, isolar o cuidado de todos os casos e rastrear todos os contatos é essencial para interromper a transmissão. A descida é muito mais lenta que a subida. Isso significa que as medidas de controle devem ser suspensas lentamente e com controle", ressaltou o diretor-geral da OMS. Pelo que o país presenciou nesses últimos dias, ainda está longe o momento do Brasil poder abandonar o isolamento social. Acompanhando a narrativa de negação da pandemia que vem sendo repetida por Bolsonaro, aliados e partidários do presidente têm realizado manifestações contrárias às orientações da OMS e dos especialistas. Sabendo da gravidade da situação, governadores seguem a OMS e até ampliam as medidas restritivas. No início da noite dessa segunda-feira, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, prorrogou até o dia 30 de abril as medidas que restringem a circulação de pessoas em todo o estado.