10/04/2020 às 12h27min - Atualizada em 10/04/2020 às 12h27min

CORONAVÍRUS AVANÇA

AMEAÇA ATÉ NOSSOS ÍNDIOS


Matar os índios do Brasil faz parte da nossa história – o que é, no mínimo, extremamente lamentável. Nos últimos 30 anos, foram mais de 1.100 homicídios! Sendo que, só em 2018, o número de assassinatos de indígenas cresceu cerca de 20%. Segundo relatório do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), foram registradas 135 mortes, contra 110 no ano anterior.
Foram registrados também 110 casos de "violência contra a pessoa" que podem ser abuso de poder, racismo, violência sexual e ameaças de morte. Apenas em 2018, 53 indígenas foram vítimas de tentativas de assassinato.
 
No ano passado, 18 casos de atropelamentos fatais mataram indígenas que caminhavam ou se locomoviam de bicicleta na beira das estradas. Os motoristas que atropelam fogem sem prestar socorro. De janeiro a setembro de 2019, o Cimi apontou para um aumento nos casos de invasão e exploração ilegal de terras indígenas. Foram 160 casos de invasão em 19 estados. Em 2018 tinham sido registradas “apenas” 111 invasões. Existem algumas ONGs que procuram proteger a população indígena, mas não conseguem fazer tudo.
 
Mas as principais causas da morte da nossa população indígena sempre foram as doenças transmitidas pelo homem branco, exatamente como acontece agora, com o coronavírus. Ele pode ser considerado o resultado da forma nociva como nos relacionamos com a natureza. A floresta em pé, além de amenizar os efeitos das mudanças climáticas e contribuir para regular o regime de chuvas no continente, é uma barreira natural cuja biodiversidade equilibra a proliferação de vírus e outras doenças
As gripes - tão “simples” para o homem branco - costumam ser fatais para o índio. E ainda querem municipalizar a saúde indígena, com o pretexto de atingir “igualdade”! De fato querem sufocar o direito a saúde diferenciada. Essa desculpa de “integração dos índios à sociedade nacional” é coisa de 1500, está completamente ultrapassada. O pior de tudo é o desmatamento. Nos últimos meses desmatou-se mais do que o total desde a promulgação da Constituição. Garimpeiros e madeireiros avançam sobre terras indígenas e logo se transformam nos principais transmissores de doenças infectocontagiosas. Graças a essa forma de violência o homem branco está “exportando” o coronavírus para a nossa população indígena. Já morreram pelo menos 3.
 
O estudante Alvanei Xirixana passou 21 dias, entre hospitais e postos de saúde, com os sintomas do novo coronavírus, mas sem fazer o teste. O Yanomami é a terceira vítima da Covid-19 entre os indígenas. Antes, morreram um Mura e uma anciã Baré. O Ministério da Saúde informou o primeiro caso de Covid-19 entre indígenas Yanomami no dia 8 de abril.
 
Não foi para isso que o Brasil foi descoberto – e faltam menos de 2 semanas para a comemoração...


 

Ver também:
Associação Floresta Protegiga

SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) tem uma página onde orienta sobre o combate ao coronavírus.

G1

 
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