30/03/2020 às 16h40min - Atualizada em 30/03/2020 às 16h40min

​MARICÁ E NITERÓI: A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

MUNICÍPIOS JÁ PAGAM AUXÍLIOS PARA O POVO ENFRENTAR ISOLAMENTO


O governo Jair Bolsonaro está sendo cobrado pela sociedade para acelerar o pagamento de auxílios financeiros e ajudar a população a enfrentar o período do isolamento para diminuir os riscos de contaminação do coronavírus. O Congresso finaliza, nesta semana, a votação das propostas dos partidos para o pagamento da renda básica emergencial aos trabalhadores informais e autônomos. Bolsonaro ainda não tomou nenhuma medida concreta para que o dinheiro chegue à população mais necessitada. Não é o que acontece com o socorro aos bancos e empresas. 
Pelo Twitter, o ex-presidente Lula alertou: “A única forma do povo se defender do coronavírus é ficando em casa. Ou o governo libera dinheiro urgente na mão do povo ou o povo vai começar a sair para ganhar o pão. Até quando vão precisar? A fome tem pressa. E a única forma é o povo receber logo esse dinheiro”, reafirmou o ex-presidente. A preocupação de Lula foi a mesma da prefeitura de Maricá, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com cerca de 170 mil habitantes, e administrado pelo PT desde 2009. Na semana passada, já foi implantada a primeira das seis medidas anunciadas pelo prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT-RJ), como ações de compensação referentes às perdas econômicas causadas pela quarentena do coronavírus. Cerca de 40 mil beneficiários do programa de Renda Básica de Cidadania (RBC) começaram a receber a antecipação do Abono Natalino. O benefício é no valor de 130 Mumbucas (R$ 130) para cada atendido pelo programa. O aumento temporário no valor pago aos cadastrados no programa de Renda Básica da Cidadania, de 130 para 300 Mumbucas mensais (R$ 300 ) para cada beneficiário já foi aprovado, por unanimidade, pela Câmara Municipal e está em processo de regulamentação. Mumbuca é a moeda social implantada pelo ex-prefeito Quaquá (2009-2012) para movimentar a economia do município. Também já foi aprovado pelos vereadores, o Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT), que é destinado aos trabalhadores informais e autônomos que estão sendo prejudicados pela crise do coronavírus. Pelo programa - que deverá durar três meses, com possibilidade de extensão por mais três - está previsto o pagamento de um salário mínimo (R$ 1.045), convertido em Mumbucas. Para ter acesso ao benefício, os interessados terão que comprovar a atividade que exercem através do site da Prefeitura (www.marica.rj.gov.br), a partir de quarta-feira, 1º de abril. Com as escolas fechadas, a prefeitura está distribuindo cestas básicas para as famílias dos alunos da rede municipal.
Paralelo às medidas econômicas, a prefeitura de Maricá está reforçando o sistema de da Saúde. A obra do Hospital Municipal Ernesto Che Guevara foi acelerada para que o município abra mais 138 leitos. Ainda não tem data certa para a inauguração, mas a prefeitura agiliza, também, o processo de implantação do hospital que deverá ser referência regional. A frota dos “vermelhinhos”, ônibus gratuitos que atendem a população em todos os distritos de Maricá, foi reduzida pela metade (em função do número de passageiros reduzidos), o ar condicionado foi desligado e as janelas ficam abertas, seguindo o decreto de restrições para combater a pandemia do governador Wilson Witzel. Nesta segunda-feira,30, o decreto foi ampliado por mais 15 dias. A prefeitura também disponibilizou álcool em gel para os passageiros dos “vermelhinhos”.
A higienização dos locais públicos do municípios começou nessa segunda-feira, pela rodoviária do Centro. A desinfecção será feita com hipoclorito de sódio, aprovado pela Anvisa, nos pontos de ônibus, praças públicas, terminais rodoviários do Centro e de Itaipuaçu, equipamentos de academia ao ar livre e ruas do comércio em geral. A transparência nas informações sobre a contaminação do coronavírus no município é rigorosa. Nesse domingo, 29 de março, Maricá teve seu primeiro caso confirmado. É um homem de 38 anos que mora em Itaipuaçu. O paciente fez uma viagem à Itália no fim de fevereiro, ficou em isolamento e está curado. Foi um caso importado, sem transmissão para pessoas próximas e não há, até o momento, transmissão comunitária do coronavírus em Maricá. 
Em Niterói, outro município da Região Metropolitana, vizinho a Maricá, a prefeitura também se antecipou às medidas para combater a contaminação do coronavírus. Município com quase 500 mil habitantes, ex-capital fluminense, tem um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, mas também apresenta uma grande parcela da população que vive em áreas de risco. Por isso, o prefeito Rodrigo Neves (PDT-RJ) intensificou as medidas para conter o coronavírus, depois que foi confirmada a sua transmissão comunitária, quando não é mais possível saber de onde uma pessoa pegou o vírus. Niterói vai ser a primeira cidade do Brasil a fazer a testagem em massa de pacientes suspeitos de Covid-19. Pessoas com sintomas leves serão examinadas, principalmente nas comunidades. O protocolo mínimo, adotado nas outras cidades, é testar pacientes graves e profissionais da saúde. “Vamos retirar as pessoas de seu local de moradia para evitar a propagação do coronavírus”, disse o prefeito. A prefeitura comprou 40 mil kits de testes que devem chegar nessa quarta-feira. A estratégia já foi adotada pela Coreia do Sul e Cingapura e o resultado foi bem positivo. “Na Coreia do Sul a taxa de letalidade está em 1% e na Itália, 10%”, comparou o secretário de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira. A data para o início da testagem e a logística ainda vão ser divulgadas. 
Niterói já registrou uma morte causada pela contaminação do coronavírus e outra está sendo analisada. O município tem 42 casos confirmados, o segundo no estado. No município do Rio já são 13 mortes e 516 contaminados pelo coronavírus.
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