Todos lembram do militar brasileiro que foi preso na Espanha levando 39 quilos de cocaína no avião da comitiva presidencial de Bolsonaro. Pois bem, foi condenado em Sevilha a seis anos de prisão. Seriam oito anos, mas ele fez acordo reduzindo a pena para seis. Até aí, tudo bem. O problema está em alguns detalhes desse acordo.
Sabe o que ele deu em troca para essa redução de dois anos na pena? Não sente nem cheiro da resposta? Ele pagou multa de 2 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões, na cotação atual). Você agora, sabiamente, vai argumentar: “nada mais natural, porque esses traficantes ganham rios de dinheiro”. Todos concordam com isso. Mas tem um detalhe intrigante nisso tudo, com sua declaração no final da reportagem. Ele teria declarado que foi "a primeira e única vez na vida" que "fez de forma equivocada uma coisa dessas"; disse que "passava por dificuldades econômicas”; e que “está no Exército há 20 anos e nunca teve nenhum caso, mas um militar no Brasil não tem um bom salário. Sempre compro coisas nas minhas viagens, como telemóveis, e vendo-as para ganhar algo extra".
Agora responda, como é que um pobre soldado desses consegue 2 milhões de euros para pagar de multa na Espanha? E o custo do advogado, quanto terá sido?
Qualquer juiz é capaz de transformar essa história em pó...
