11/03/2021 às 11h32min - Atualizada em 11/03/2021 às 11h32min

​PSIQUIATRA PERDE A CABEÇA!

E AGRIDE PROFESSORA!!!

 
Foi na tarde dessa quarta-feira, 10. A professora e tatuadora Lia Costa, 43 anos, foi até o posto de saúde da cidade de Piracaia, interior do estado de São Paulo, a cerca de 90 quilômetros ao nordeste da capital, com o objetivo de ajudar uma família que precisava de uma consulta no psiquiatra. Ela chegou lá e, adivinhe, acabou sendo agredida... pelo psiquiatra!
 
O nome dele é Eduardo Portieri, funcionário da CS II José F. Rosas, unidade de saúde de Piracaia, e ela relata o ocorrido: “Eu vim auxiliar uma conhecida que estava precisando de atendimento para ela e para os filhos, porque um dos filhos tem um tumor, aconteceu muita coisa. Estou pleiteando junto do Estado que ela consiga um laudo do psiquiatra para provar que essa mãe não tem condições financeiras de manter as crianças se o Estado não ajudar”.
 
Lia foi, então, acompanhar a família no posto de saúde. “Ficamos uma hora esperando e vinha passando por nós um homem de camiseta preta e sem máscara. Ele subia e descia. Era o único sem máscara”.
“Quando fomos ser atendidas, ele virou para mim e perguntou quem iria ser atendido. Mostrei a criança e ele disse: ‘Você está me fazendo de palhaço? Eu não atendo criança’. Aí eu falei que podia ter havido um engano, mas que ele podia atender a mãe. Aí ele disse que não era idiota e que não iria atender ninguém. Foi quando falei que ele estava sem máscara dentro do posto”.
 
Nesse momento, lembra Lia, ela pegou o celular e começou a registrar a cena. “Ele perguntou o que eu era e eu falei que estava acompanhando. Ele disse que se eu continuasse gravando iria tomar o meu celular. Com toda a violência, ele me agrediu, tomou o meu celular e ficou em poder do meu celular por 15 minutos. Ninguém do posto de saúde falou com ele, todo mundo defendeu ele”.
Ela disse que ele não queria devolver o aparelho celular e chamou a segurança para ela. “Torceu o meu celular, machucou a minha mão e o meu ombro só porque foi gravado sem máscara dentro de um posto de saúde em uma pandemia que morrem por dia 2 mil pessoas e tinha uma criança traumatizada vendo tudo”.
 
Lia reforça que andar sem máscara durante a pandemia coloca outras pessoas em risco. “Ainda que ele esteja ou não com coronavírus, sendo um ‘profissional’, se negar a usar máscara e ser violento é muito errado. Mais uma vez essa mãe foi negligenciada pelo Estado, mais uma vez a criança foi traumatizada e mais um vez uma mulher é agredida”.
 
Por conta própria, Lia conta que levou a mãe da criança para o psicólogo antes de irem ao psiquiatra. “O que a gente tem do Estado? Eu vou a um posto de saúde, peço para o psiquiatra usar máscara e ele vem me bater? E ele vai me processar por uso de imagem, sendo que ele é funcionário público, e desacato, e o vídeo mostra que não houve desacato, só da parte dele: desacato, desrespeito e desumanidade”.
 
A professora ainda conta que, na Delegacia de Polícia de Piracaia, o médico foi escoltado e teve atendimento especial no local, mas que ela não teve nenhum atendimento de apoio. “Fiz um boletim de ocorrência e vou ao Ministério Público porque não quiseram me dar medida protetiva. A cidade é pequena, uma pessoa que faz isso é uma pessoa perigosa. Eu também chamei uma viatura, mas a Polícia Militar não me atendeu. Eu corro risco”.
 
Outro lado
A reportagem procurou a Prefeitura de Piracaia e a Secretaria de Saúde da cidade, por e-mail, e o médico Eduardo, em seu celular que consta no Conselho Federal de Medicina, além de questionar a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar do estado, e aguarda retorno.
 
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