02/12/2019 às 14h41min - Atualizada em 02/12/2019 às 14h41min

MORTES EM PARAISÓPOLIS:

O INFERNO SÃO OS OUTROS...

 

Não é preciso pensar muito para entender a filosofia do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele simplesmente negou que as nove mortes que aconteceram ontem em Paraisópolis, na Zona Sul da capital, tenham sido causadas pela ação da Polícia Militar. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda, 2, Doria disse que a letalidade não foi provocada pela PM e que não houve invasão ao baile funk. Mas ele destaca que pode reavaliar, rever pontos específicos e penalizar quem cometeu erros.
"A letalidade não foi provocada pela PM e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo baile funk. É preciso ter muito cuidado para não inverter o processo", disse Doria enquanto plantava bananeira. É verdade, senhor governador. Todo cuidado é pouco. Caso contrário, poderemos pensar que uma multidão de moradores invadiu o baile funk de nove policiais para matá-los.
"Não houve ação da polícia, nem utilização de arma, nem em relação a invadir a área onde o baile estava acontecendo, tanto é fato que o baile continuou. Não deveria sequer ter ocorrido. Ele é ilegal, fere a legislação municipal. Tanto é fato que prosseguiu." Dá para entender essa última frase? Se é ilegal e fere a legislação municipal, por que prosseguiu? Pode explicar? Os policiais estavam de mãos atadas e olhos fechados? Não atiraram ou mataram sem querer? Afinal, houve ou não houve ação da polícia? Será que ela fechou os olhos para não testemunhar tanta ilegalidade? Ou simplesmente não-atirou a esmo? Difícil, não é mesmo?
Governar deve ser um inferno. É preciso atirar em todas as direções para ver se atinge uma resposta certa...

Uol.
Folha.
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