As raças não existem de verdade. Mas o racismo é uma praga que tem que ser combatida, desestimulada, eliminada do convívio humano. Definitivamente. O conceito de racismo sobrevive apenas para alimentar preconceitos políticos, sociais e econômicos. É o que acontece em muitos países. É o que acontece ali na esquina, acontece no táxi que você pega, acontece no prédio em que você vive, no seu bairro, na sala ao lado. Mas existe com força total nos Estados Unidos de Trump.
O que aconteceu nesses dias em El Paso e Dayton, com cerca de 30 mortos e dezenas de feridos, é o retrato mais fiel, com todas as cores, do que costuma acontecer quando um país tem um dirigente com o perfil de um Trump. Um presidente capaz de mandar uma série de mensagens consideradas racistas e xenofóbicas contra quatro deputadas democratas, com objetivos unicamente políticos. Procurando separar o voto branco do voto negro ou latino. Trabalhando para unir e fortalecer o voto Republicano em torno do seu nome. Com visão absolutamente supremacista, procura passar a ideia de que apenas os brancos podem ser “verdadeiros americanos”. O partido Democrata seria o partido das minorias, dos não americanos (outros partidos, como o Partido Verde, o Partido da Justiça, o Partido Libertário, o Partido Republicano ou o Partido da Constituição não têm representatividade significativa). Quer aplicar um carimbo negativo na testa dos democratas americanos como sendo o partido dos antiamericanos de verdade. Estimula o ódio racista com fins eleitoreiros.
Trump deveria ser preso e julgado por essa matança. È um exemplo que o Brasil não pode seguir, não pode usar como espelho.
