25/03/2021 às 09h11min - Atualizada em 25/03/2021 às 09h11min

​A HIDROXICLOROQUINA NÃO MATA

MAS AS PESSOAS PODEM MORRER...


Três pacientes que passavam por um tratamento experimental à base de hidroxicloroquina morreram nesta semana, no hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã (a 130 km de Porto Alegre), na região sul do Rio Grande do Sul. O hospital obviamente investiga as causas das mortes.
Os três pacientes tiveram pioras dos seus estados de saúde e faleceram entre segunda-feira, 22, e hoje, 24. Todos estavam sendo nebulizados com uma solução de hidroxicloroquina diluída em soro.
 
O hospital não confirma que as mortes estejam diretamente relacionadas ao tratamento com hidroxicloroquina. A instituição se manifestou sobre o caso na noite de hoje. Antes da nota oficial do hospital, o médico e diretor-técnico da instituição, Tiago Bonilha de Souza, disse à Rádio Gaúcha:
"Não verificamos que a nebulização esteja contribuindo para melhorar o desfecho dos pacientes. Os indícios sugerem que está contribuindo para a piora porque todos os casos (de óbito) apresentaram reações adversas após o procedimento".
 
Médica foi demitida dia 10
O tratamento experimental era administrado pela médica Eliane Scherer, que foi demitida da instituição no dia 10. O hospital chegou a denunciar a profissional ao CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) e ao MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) alegando 17 supostas infrações.
O procedimento testado por Scherer não seguia os protocolos de saúde do hospital nem do fabricante da substância. "A profissional descumpria protocolos de segurança de forma contumaz", destacou a assessoria jurídica da instituição.
 
Scherer era médica terceirizada do hospital desde março do ano passado, contratada para o serviço de pronto-socorro da instituição, mas estava aplicando nebulização de hidroxicloroquina em pacientes internados na UTI e nos leitos clínicos. Conforme o hospital, ela não tinha autorização para atuar nesses ambientes.
Entretanto, ela permaneceu ministrando a solução experimental para os pacientes que obtiveram uma autorização judicial para o tratamento experimental e os que assinaram um termo de responsabilidade.
 
Hospital se manifesta sobre caso
Na noite de ontem, 24, o Hospital Nossa Senhora Aparecida emitiu uma nota comentando os óbitos e a suposta relação com o tratamento de hidroxicloroquina por inalação.
No texto, a instituição reafirma que Eliane Scherer foi "afastada da escala de trabalho após ter tentado obrigar a equipe assistencial a administrar pela via inalatória uma solução com hidroxicloroquina, de procedência desconhecida, não prescrita em prontuário, manipulada pela própria médica".
O hospital afirma que a médica foi procurada por alguns familiares de pacientes que pediram para que ela continuasse com os tratamentos. Por isso, alguns médicos do hospital, conforme a instituição, se negaram a prescrever o tratamento aos pacientes sob seus cuidados, pois se trata ainda de "de terapia experimental".
As famílias buscaram a Justiça para permitir que fosse feito o tratamento com a inalação da solução. "Houve deferimento de liminar para que fosse administrado o tratamento, sob a condição de que a médica assumisse a integralidade da assistência de seus pacientes".
O hospital, então, firmou com as famílias que tinham interesse em aplicar o tratamento em seus familiares um "termo de acordo no qual a médica e os familiares se responsabilizavam pelas consequências do tratamento e tinham ciência de que não havia nenhuma comprovação científica quanto ao mesmo".
 
Além de dois pacientes que já haviam recebido o tratamento, duas outras famílias entregaram aos cuidados da médica seus familiares. Dos quatro pacientes internados que receberam o tratamento por inalação de hidroxicloroquina, três deles morreram. Como o tratamento não tem comprovação científica, o hospital "não pode afirmar que houve relação direta entre os óbitos e a inalação e, por sua vez, não verifica que a nebulização contribuiu para melhorar o desfecho dos pacientes".
O comunicado destaca ainda: "os indícios sugerem que (o tratamento) está contribuindo para a piora, porque todos os casos de óbito apresentaram reações adversas após o procedimento".
 
Não há certezas absolutas. Mas há dúvidas sobre a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento. O que podemos todos ter certeza absoluta é que o afastamento social é fundamental para manter o vírus à distância e impedir a sua propagação – e que a vacinação em massa é garantia de poder derrotá-lo definitivamente. Qualquer coisa fora disso é bolsonaritite...
 
A partir de informações de NotíciasUol.
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