17/04/2020 às 17h33min - Atualizada em 17/04/2020 às 17h33min

​NITERÓI COMEÇA A TESTAGEM DO CORONAVÍRUS

PREFEITURAS PASSAM A EXIGIR MÁSCARAS NAS RUAS


Quanto mais o presidente Jair Bolsonaro acusa os governadores e os prefeitos de decretar medidas “exageradas” no combate ao coronavírus, mais os gestores reforçam o combate à pandemia que se alastra pelo Brasil. A falta de testes para saber se uma pessoa está contaminada ou não com o vírus é um dos mais graves problemas enfrentados. A demora na compra dos testes, já que o presidente Bolsanaro sempre negou os riscos do vírus, e as acusações contra a China feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, estremeceram as relações com um dos maiores exportadores de máscaras no mundo.

Os governos da Bahia, Maranhão e São Paulo estão conseguindo se entender com os chineses e as máscaras e equipamentos já começam a chegar ao Brasil.

O prefeito de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Rodrigo Neves (PDT-RJ), furou o bloqueio dos Estados Unidos e comprou testes do coronavírus. Os primeiros 50 mil começaram a ser usados, nessa sexta-feira, para fazer a testagem rápida dos profissionais de saúde e dos moradores das áreas mais vulneráveis que estejam com sintomas da Covid-19. A meta é testar um em cada dez dos 513 mil habitantes. O resultado do teste sai em dez minutos. Em Niterói foram registradas 12 mortes, 185 casos confirmados e 87 pessoas recuperadas.

O presidente Bolsonaro afirmou, nessa sexta-feira, que os prefeitos já estão mudando de opinião e querem a abertura do comércio e a retomada da atividades econômicas. “Li uma matéria agora que 50% dos prefeitos já querem a abertura. Até pouco tempo atrás quase 100% não queria. Daqui a pouco vai chegar do nosso lado e falar: Bolsonaro tem razão”, disse o presidente para a “claque” de apoiadores na saída do Palácio Alvorada. É bom lembrar que eles desrespeitam o decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), que ampliou a quarentena até o dia 3 de maio. Pelos decretos dos governadores e prefeitos que reforçam as medidas restritivas, é difícil os gestores concordarem com Bolsonaro. Depois que a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou que todas as pessoas, que precisarem sair, devam usar máscaras, a cada dia que passa aumenta o número de prefeituras que exigem ou recomendam o uso para diminuir os riscos da propagação do coronavírus.

A partir desta sexta-feira, já é obrigatório o uso da máscara em Florianólpolis. Em Belo Horizonte, começa na semana que vem. As prefeituras de Salvador e Rio de Janeiro já estão finalizando o decreto para instituir a medida. Elas prometem fornecer máscaras caseiras para a população. São Paulo não decretou que só pode sair com máscara, mas orienta que é importante o uso. Na maioria das grandes cidades, os funcionários dos supermercados, farmácias e outros serviços essenciais que estão funcionando têm de trabalhar com máscaras cedidas pelos patrões. Com o crescente número de contaminação e os leitos de UTI cada vez mais raros, as administrações municipais também reforçam as medidas preventivas para tentar o impossível: evitar o colapso do sistema de saúde.

Pelo relatório do ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, o Brasil tem recorde de 217 mortes em um dia e o total chega ao triste número de 2.141. São 33.682 casos confirmados de contaminação.
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