13/03/2020 às 11h13min - Atualizada em 13/03/2020 às 11h13min

​PANDEMIA DE CORONAVÍRUS MUDA HOMENAGEM A MARIELLE

QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?


Há dois anos, a família, os amigos e as pessoas que lutam pela Justiça no Brasil perguntam e não conseguem a resposta: Quem mandou matar Marielle?

Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista que estava com ela, Anderson Gomes, foram assassinados, no bairro do Estácio, na região central do Rio. De lá pra cá, muita dor, luta e saudade. A polícia prendeu dois ex-policiais militares, acusados de pertencer aos grupos de milícias que aterrorizam os moradores das áreas pobres da cidade, mas não chegou aos mandantes do crime.
A família e o Instituto Marielle Franco estavam programando um dia inteiro de homenagens para sábado, 14 de março, no Largo de São Francisco da Prainha, na área da Praça Mauá, centro do Rio. 
Com o aumento do número de casos de coronavírus no Rio, os organizadores decidiram fazer alterações no roteiro das homenagens para evitar atos que iam reunião muitas pessoas.

Vejam o comunicado da família e do Instituto Marielle.

Como todo mundo deve estar acompanhando, a organização Mundial da Saúde declarou pandemia do coronavírus. O Brasil registrou hoje mais de 70 casos. A projeção para os próximos dias é que os números de contaminação cresçam exponencialmente.

Diante dessa situação, conversamos com especialistas em saúde pública para tomar a decisão se deveríamos ou não manter, da maneira que pensamos, o Dia de Ações por Marielle e Anderson.

Aqui no Brasil, nós temos o Sistema Único de Saúde, o SUS, que é um patrimônio do nosso país, mas que vem sofrendo ataques e tentativas de sucateamento sistematicamente em benefício das redes privadas.
O número de pessoas contaminadas com o vírus nos próximos dias, deverá ser muito maior do que a quantidade de leitos disponíveis dos hospitais.
Isso quer dizer que serão as pessoas mais pobres - em geral mulheres, pessoas negras e moradoras de favelas e periferias - que mais estarão vulneráveis ao vírus que ainda não tem vacina. 
Marielle passou a sua vida lutando para defender a vida de todas as pessoas, principalmente dessas pessoas que não têm os seus direitos garantidos. 
Pensando em tudo isso e na nossa responsabilidade enquanto Instituto Marielle Franco de não aumentar o risco de contaminação, decidimos alterar a programação do nosso Dia de Ações por Marielle e Anderson, cancelando as atividades que reuniriam grandes quantidades de pessoas.

É uma notícia que nos deixa muito triste em comunicar, pois sabemos da importância de estarmos juntas nesse dia para manter viva a memória, a luta e o legado de Marielle. Para mostrarmos que o nosso grito por justiça segue cada vez maior. 
Achamos importante compartilhar que, ao tomar essa decisão, nós, do Instituto Marielle Franco, também sofreremos com o prejuízo de desmobilizar um evento tão grande apenas 48 horas antes da sua realização. Também esperávamos alcançar mais apoios para a nossa campanha de financiamento coletivo para que consigamos realizar as nossas primeiras ações, como a Escola Marielle, a Plataforma do Legado de Marielle e a criação de um Centro de Memória e Ancestralidade Permanente, já que a Casa Marielle é um espaço temporário que acontecerá só até o final de março.

Mas queremos e precisamos que o 14M continue sendo gigante! Por isso, queremos convidar todas e todos para um grande Amanhecer por Marielle e Anderson no sábado de manhã! Vamos começar o dia em que se completam dois anos, desde aquele 14 de março, pedindo respostas e cobrando por justiça!
Pendure uma faixa, lenço, pano amarelo ou girassol na sua janela, laje ou varanda a partir das 7h deste sábado! Acesse o site institutomariellefranco.org/14m para conferir toda a programação.

Agradecemos a compreensão e o apoio de todas e pedimos que ajudem a replicar esse comunicado para todo mundo que vocês conhecem.

MARIELLE PRESENTE. SEMPRE!
QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?
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