Pressionado com o aumento do número de casos de coronavírus e de olho na disputa eleitoral, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o mundo, na noite dessa quarta-feira, ao anunciar uma série de medidas de emergência para conter o avanço da contaminação. A suspensão de voos vindos da Europa para os EUA, por 30 dias, foi a mais polêmica. Sem explicações, Trump só liberou os voos que saiam do Reino Unido. A proibição começa a valer a partir da meia-noite dessa sexta-feira. Até o início desta semana, Trump tratava casos de coronavírus como uma gripe comum, chegando até a insinuar que era fakenews. Na mesma linha do “friend”, o presidente Jair Bolsonaro também fez pouco caso da contaminação do coronavírus pelo mundo. No mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde declarava que a contaminação do vírus já era pandemia, Bolsonaro ainda não mostrava preocupação. “Eu acho...eu não sou médico, não sou infectologista. Do que eu vi até o momento, outras gripes mataram mais do que essa”, acredite, declarou o presidente!!! Antes da quarta-feira, 11 de março, acabar, muitas turbulências aconteceram. Donald Trump mudou de opinião sobre a força do coronavírus, mas não avisou Bolsonaro. Quem deu um chega pra lá em Bolsonaro foi o Congresso Nacional. Senadores e deputados reagiram às ameaças e acusações que vêm sofrendo de Bolsonaro e sua turma nas redes sociais e derrubaram o veto do presidente à proposta do projeto de que eleva o limite de renda do benefício pago a idosos e pessoas com deficiência. A ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) vai ter um impacto de R$ 20 bilhões ao ano, segundo o governo. Para o Congresso, em tempos de crise , a assistência aos mais necessitados é fundamental. Aí, o governo Bolsonaro viu que o Congresso não estava brincando. O ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanhado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pediram uma reunião de emergência com os presidentes Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. As lideranças partidárias também foram convidadas. Os impactos do coranavírus na vida população e na economia foram os temas da reunião. Mesmo assim, Guedes tentou ainda “empurrar” a urgência nas votação das reformas. A quinta-feira começou a amanhecer lá do outro lado do mundo, e o tombo no mercado financeiro já mostrou reação às medidas do governo de Donald Trump. A Bolsa de Valores de Tóquio caiu 5%, logo na abertura. Em todo o mundo, as quedas são enormes. Em Nova York, a queda já partiu dos 7%. No Brasil, meia hora depois da abertura, a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a cair 11% e suspendeu o pregão, pela terceira vez essa semana. E o dólar? Ah, logo na abertura do mercado o dólar bateu os R$5,00. O problema ainda é maior porque Guedes a turma dele não têm plano imediato para conter a queda. As notícias sobre a contaminação de coronavírus, só aumentam a preocupação. Nessa quinta-feira, o secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, anunciou que foi confirmado o primeiro caso de transmissão local de coronavírus no estado. O paciente, de 72 anos, participou de um congresso médico no Rio. A mulher dele, de 68 anos, também teve o exame confirmado. Os dois estão de quarentena em casa, na Barra da Tijuca, no Rio.
Ainda nessa quinta-feira, deve sair o resultado dos exames do secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Ele viajou com o presidente Bolsonaro aos Estados Unidos, na sexta-feira passada, e voltou com sintomas de contaminação. Wajngarten participou até do encontro de Bolsonaro com o presidente Donald Trump. Os exames foram feitos no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. E vem da China, uma notícia um pouco tranquilizadora em meio ao caos mundial: o governo chinês declarou, nesta quinta-feira, o fim do pico de infecções pelo coronavirus no país. A província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, onde teria começado a epidemia, registrou apenas oito novas infecções. É a primeira vez que Hubei registra uma contagem diária inferior a 10 casos.
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