10/03/2020 às 09h16min - Atualizada em 10/03/2020 às 09h16min

QUAL O PARTIDO QUE MAIS CRESCE?

PM, PARTIDO DOS PMs

 
O Brasil conta com 33 partidos +1: um partido suprapartidário que se encarrega de eleger PMs (policiais militares) nas eleições para vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, prefeitos, governadores e, se o capitão bobear, até presidentes da República...
O jornal O Globo mostrou, há alguns dias, que os movimentos corporativos de policiais nos estados em busca de melhores condições de trabalho têm aumentado a força política das categorias de Segurança Pública. Nas eleições de 2018 a participação no Legislativo federal e estadual aumentou em mais de 300%!
 
Agora em 2020 teremos eleições para prefeitos e vereadores e eles mostram que vêm com tudo. Já podemos destacar Fortaleza (que teve um motim de PMs que durou 13 dias!!!) como um dos alvos. Ali, o deputado federal Capitão Wagner (PROS) surge como um dos principais candidatos. Aliás, o atual prefeito é Roberto Cláudio, do PDT, aliado dos irmãos Cid e Ciro Gomes – que entraram em confronto direto contra PMs amotinados e foram recebidos a tiros (dois deles atingiram Cid, que por muito pouco não morreu).
 
Em Vitória, no Espírito Santo, o deputado estadual Capitão Assumção (PSL), já colocou o seu nome para disputar o cargo de prefeito. Obviamente, ele esteve presente na luta da categoria por aumentos este ano  — uma luta que levou o governo do estado a dar, na última quinta-feira, dia 5, um reajuste de 40% aos policiais.
 
Em Salvador, o deputado federal Pastor Sargento Isidório (do Avante) diz ter o apoio do governador da Bahia, Rui Costa, que é do PT. Mas o PT já estuda outra candidatura policial, que seria a major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha na PM baiana.
 
Em Florianópolis, o PSL pensa na candidatura do comandante da PM catarinense, coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes, o favorito do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), ex-comandante do Corpo de Bombeiros.
 
O Capitão Wagner foi o que já chegou mais perto de se eleger prefeito: foi derrotado no segundo turno das eleições de 2016 em Fortaleza, com 46% dos votos válidos. Foi ele que liderou, em 2011, uma paralisação de policiais em 2011, durante o governo de Cid Gomes (PDT). Neste ano, antes do início do motim de policiais no estado, Wagner gravou vídeos apoiando as reivindicações salariais da categoria. Durante o motim, ele disse que acionaria a Procuradoria-Geral da República contra Cid Gomes, depois que o senador tentou furar um bloqueio policial com uma retroescavadeira. Gomes foi atingido por dois tiros durante a ação.
 
O avanço desse “partido dos PMs” tem que ser muito bem avaliado. Há evidentemente um trabalho de politização das forças de segurança que não interessam à democracia. Na verdade, contribuem para o enfraquecimento da democracia - exatamente o que o Brasil menos precisa. Já basta um ex-capitão ocupando a presidência da República disparando taoqueis em todas as direções. Há um projeto apresentado pelo deputado Fabio Trad (PSD-MS) que cria uma quarentena eleitoral para juízes, integrantes do Ministério Público e policiais. O texto estabelece novos prazos de desincompatibilização, determinando aos que desejam ingressar na política que se afastem de suas atividades até seis anos antes da eleição. Aparentemente, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, (DEM-RJ), poderia colocar o projeto na pauta em breve, com a possível mudança valendo já para a eleição deste ano.
 
É bom realmente agir rápido. Antes que os taoqueis atinjam o país inteiro e em todos os níveis políticos.
 
Leia também no Globo.
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