06/03/2020 às 15h41min - Atualizada em 06/03/2020 às 15h41min

NÃO HÁ EQUILÍBRIO ENTRE PLANALTO, CONGRESSO E STF.

FALTA INTELIGÊNCIA NO EXECUTIVO...


Os Três Poderes são famosos. Desde os tempos gregos antigos, eles servem para equilíbrio da também famosa democracia. São mais conhecidos, aqui no Brasil, por Executivo (coordenado pelo Presidente), Legislativo (dividido em dois, Câmara dos Deputados e Senado) e Judiciário (com o Supremo Tribunal Federal no topo). De vez em quando rola uma ditadura que desequilibra tudo (como a ditadura militar que tivemos recentemente, imposta pelo golpe de 64). Mas ainda assim há alguma Inteligência nesse sistema.
 
O momento que vivemos é que não tem sido fácil para manter o equilíbrio fundamental de nossa democracia - que parece não ter mais fôlego para avançar. A corda bamba, hoje, torna-se cada vez mais ameaçadora em função do desequilíbrio do Executivo – exatamente onde tudo poderia ser mais simples, já que se trata de cabeça única (no Legislativo, são, ao todo,  594 representantes - 81 senadores e 513 deputados federais - e no STF são 11 juízes). O presidente eleito teve muita sabedoria (há quem prefira chamar de esperteza) para vencer as eleições, utilizando-se da “novidade” chamada marketing digital. Mas parece que toda a Inteligência Artificial que soube usar na campanha eleitoral tornou-se apenas Artificial, perdeu Inteligência pelo meio do caminho. O melhor exemplo desse desequilíbrio executivo está na “arminha” que ele faz questão de apontar em todas as direções – seja na direção da imprensa, na direção do Legislativo, na direção do Judiciário, sempre procurando atingir moralmente a tudo e a todos. Vive dessa palhaçada aplaudida por um séquito abobalhado e uma família perigosa, com seus filhos agindo de forma estranha, muito estranha. Chegamos a tal ponto que a família Marinho, dona da poderosa Organização Globo, publicou editorial declarando que “Bolsonaro não está à altura do cargo e transforma o Brasil num circo”. O que é verdadeiro, mas pode ser considerado uma ofensa aos circos.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que é um dos alvos da militância bolsonarista nas redes sociais, já mandou recado para o Planalto que a situação chegou ao limite. Se avançar, o STF tem instrumentos para lidar com a situação e vai usá-los. Basta!
 
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também não deixou barato. Subiu o tom de suas críticas ao desgoverno Bolsonaro, a nove dias das manifestações de inspiração ditatorial contra o Congresso e o STF. Em palestra na Fundação Fernando Henrique Cardoso, nesta sexta-feira, dia 6, Maia - de certa forma tentando livrar a cara de Bolsonaro - disse que o "entorno do governo" (nota: obviamente uma referência ao bando dos Filhos) atua para atacar as instituições nas redes sociais.
“Não queremos um milímetro do que é responsabilidade do Executivo, mas queremos que as prerrogativas parlamentares do Congresso Nacional sejam respeitadas. Criam-se conflitos onde não existem conflitos, em um País com 11 milhões de desempregados. Não podemos discutir uma coisa criada para viralizar o ódio, que é essa questão de parlamentarismo branco. Essas teses são criadas para arranjar alvos para que os presidentes da Câmara, Senado e Supremo sejam atacados. Isso só atrasa as soluções”, disse Maia em entrevista coletiva após a palestra.
“Não temos os recursos e a estrutura que o entorno do governo tem para viralizar tantas fake news como tem sido feito nas últimas semanas. Desde o início, o entorno do governo tem operado uma estratégia nas redes sociais para mostrar as instituições como inimigas da sociedade, o que não é verdade”, completou.
 
Rodrigo Maia ainda comentou sobre a CPMI das Fake News e disse que a tecnologia virou um campo de ataque às pessoas. “Nada disso custa pouco. Cada robô digital custa U$ 12 por mês”.
 
O mais chocante é que Bolsonaro parece insatisfeito por ainda não ter conseguido calar (ou, quem sabe, fechar de vez) o Congresso e o STF. Por isso pode até demitir o general Luiz Eduardo Ramos, seu ministro da Secretaria de Governo - responsável pela articulação política -, por divergência com o Congresso sobre o Orçamento impositivo e por ter relação turbulenta com o líder do seu Governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). Pode coisa mais absurda??!!!
 
O Filho senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) tem pedido ao núcleo duro do bolsonarismo para não comparecer às manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
A solicitação foi feita a envolvidos na criação do Aliança pelo Brasil - aquele partido que a família Bolsonaro tenta criar de qualquer maneira - e também ao próprio irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Flávio tem destacado que é importante a imagem da família não estar associada ao protesto. Há pouco mais de uma semana, porém, o próprio presidente enviou para contatos do seu Whatsapp um vídeo que convocava pessoas para a manifestação.
 
Bolsonaro é uma nulidade completa que infelizmente ocupa a presidência. O mais inteligente talvez fosse a declaração de vacância do cargo de Presidente da República e convocação de novas eleições presidenciais.
 
Pode parecer delírio ou desespero. Talvez fosse apenas uma solução Artificial. Ainda assim, com muito mais Inteligência do que isso que nos preside.
 
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