04/03/2020 às 06h49min - Atualizada em 04/03/2020 às 06h49min

​MORO MANDA RECADO:

OU O SUPREMO OU A PRESIDÊNCIA

 
Sergio Moro cansou do jogo de empurra de Bolsonaro. Ele é ambicioso, pensa muito alto e não quer ser enganado por Bolsonaro: ou é indicado para o Supremo ou vai disputar a presidência da República pelo Podemos.
 
O recado foi dado através do aliado Alvaro Dias (PR), líder do Podemos no Senado, em entrevista à Folha/UOL. Ele é um entusiasta da candidatura de Moro e reclama das limitações dadas por Bolsonaro ao ministro da Justiça.
"Moro não tem liberdade para trabalhar. Para dar um exemplo, logo no início, ele quis ter o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no Ministério da Justiça. Aparelhou o Coaf, instrumentalizou convenientemente, nomeou o coordenador do Coaf, mas foi logo desautorizado, o coordenador foi demitido, o Coaf foi transferido para o Ministério da Economia” (ou seja, Bolsonaro cortou as asinhas de Moro).
 
Alvaro Dias acha que "este calvário pode terminar em outubro, caso Bolsonaro leve adiante seu plano inicial de indicar o ministro para uma vaga no Supremo”.
Caso contrário, faz questão de dizer que "Moro é o candidato mais forte à Presidência da República. Não há ninguém que possa duvidar disso porque nós temos de reconhecer o que as pesquisas indicam. Temos de ter humildade suficiente para entender que há alguém que se projetou de forma excepcional, e ninguém pode retirar esse mérito pelo papel que cumpriu".
 
Álvaro Dias é cheio de admiração a Moro e deixa claro que não é muito chegado ao governo Bolsonaro, faz inúmeras críticas. Ao comentar a declaração do general Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), que acusou o Legislativo de chantagear o Executivo, disse que o governo é complacente e chamou as manifestações convocadas para o dia 15 de março, a favor de Bolsonaro e contra o Congresso e o Judiciário, de um "desserviço à democracia".
"Quando você ataca o Congresso, está ferindo de morte a democracia. Concordo com manifestações, sou crítico do Congresso, crítico em relação ao comportamento de lideranças do Congresso, exponho as minhas críticas. Mas não podemos condenar a instituição."

Alvaro Dias considera que Bolsonaro "abraçou os chantagistas". E “se há chantagem, tem de ser repudiada. Ninguém pode ser tigrão com os mais fracos e tchutchuca com os que comandam".
 
Álvaro Dias, obviamente, quer abocanhar alguma coisa. E vê no uso do ambicioso Sergio Moro a sua grande oportunidade.
 
Leia mais no Brasil247 e na Folha.

Depoimento de Álvaro Dias aqui.

 
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