28/02/2020 às 15h20min - Atualizada em 28/02/2020 às 15h20min

​GOVERNADORES SE UNEM PARA AJUDAR O CEARÁ

BOLSONARO AMEAÇA RETIRAR TROPAS FEDERAIS


O motim dos policiais militares e bombeiros do Ceará completa 10 dias sem previsão de solução a curto prazo. Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou, nessa quinta-feira, durante a transmissão que faz pela internet, que pode não atender ao pedido do governador cearense, Camilo Santana (PT), de que a operação seja renovada e as tropas federais continuem apoiando o governo estadual para garantir a segurança da população.

"A GLO não é para ficar eternamente atendendo um ou mais governadores. GLO é uma questão emergencial", avisou Bolsonaro. Foi através da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que o Exército e a Força Nacional foram para o Ceará. Essa ameaça de Bolsonaro provocou uma reação dos outros governadores, segundo a jornalista Monica Bergamo, da Folha de São Paulo. Os governadores do Maranhão, Piauí, Bahia e Rio de Janeiro já estão se organizando para enviar policiais para o Ceará caso o governo federal abandone o Ceará. Segundo o governador maranhense, Flavio Dino, “há um movimento para cooperar”. Nesses dias da greve dos policiais e bombeiros cearenses, já foram registrados quase 195 homicídios. Apesar da Constituição proibir os militares de fazer greve, aliados, secretários e até ministros do governo Bolsonaro apoiaram o movimento desde o início. De Genebra, na Suíça, onde participava da Reunião Anual de Direitos Humanos da ONU, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, chegou ao absurdo de afirmar que “os policiais militares têm direito a fazer greve”. 
E o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro?  Ele fez uma visita “relâmpago” a Fortaleza e agora está censurando as manifestações artísticas e políticas contra o presidente Bolsonaro. Depois que afirmou que se “confundiu” na tentativa de enquadrar o ex-presidente Lula na Lei de Segurança Nacional. Lula foi até depor na Polícia Federal, mas os policiais disseram que não tinha nenhuma irregularidade. Agora, Moro escolheu os punks para o novo alvo. Nessa sexta-feira, pelo Twitter, o ministro defendeu a abertura de inquérito contra os organizadores do Facada Fest, um festival de música punk do Pará que existe desde 2017. A acusação: suposta ocorrência de crimes contra a honra e de apologia ao homicídio. Onde está o crime? Em três cartazes que Sergio Moro afirmou que “não são simples “cartazes anti-bolsonaro” como falsamente afirma o título da matéria da Folha de S.Paulo”, criticando o jornal.

Através da página no Facebook, os organizadores do Facada Fest afirmaram que são vítimas de perseguição por parte de Bolsonaro e Moro. O comunicado diz que causa espanto o uso do aparato judicial e policial na repressão de um festival de música em meio a tantos problemas ocorrendo no país.
“Seguiremos em frente. Certos de que o bom senso e a justiça prevalecerão. E que, em respeito à nossa Constituição, o direito à atividade artística e à liberdade de expressão será assegurado”. 
E os punks não estão sozinhos. A hastag  #facadafest chegou rapidamente ao assunto do momento no Twitter. Os internautas não perdoaram e questionaram o presidente Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro com as perguntas mais frequentes das redes sociais no Brasil: Cadê o Queiroz? Quem mandou matar Marielle? Cadê as laranjas?

Depois da promessa dos governadores de mandar policiais para ajudar o governo do Ceará, o presidente Jair Bolsonaro recuou, mais uma vez, e acabou prorrogando a permanência das Forças Armadas e da Força Nacional por mais uma semana.
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