27/02/2020 às 07h36min - Atualizada em 27/02/2020 às 07h36min

​OS INIMIGOS DO PIB

CORONAVÍRUS E BOLSONARO


Está difícil saber o que pode causar mal maior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, o coronavírus ou Bolsonaro. É páreo duro. Os economistas já avaliam que o impacto da epidemia chinesa na atividade econômica pode reduzir em até 0,3 % o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Distanciando-se, portanto, das previsões do mercado, que chegavam a 2,2%. Ou seja, deverá ficar abaixo de 2%. O pior é que há também a visão de que o efeito negativo do surto não seria apenas no primeiro trimestre do ano -, pode afetar o desempenho do ano todo. A confiança só faz cair. Há quem estime que o PIB brasileiro pode cair de 0,15% a 0,3%.
 
PIB global: menor, mas nem tanto...
Prevê-se para o PIB mundial redução, este ano, de 0,1 ponto percentual, caindo de 3,1% para 3% - enquanto na China a economia deve crescer “apenas” 5,5%, abaixo dos 5,8% previstos inicialmente. Aliás, desde celulares até painel solar, a indústria brasileira já teme falta de componentes chineses...
 
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, acredita que, apesar do avanço do novo coronavírus, deve ser mantida a projeção de alta de 2,4% do PIB.
Mas Alexandre Ostrowiecki, presidente da Multilaser, fabricante de celulares a aspiradores, diz que os efeitos da epidemia devem chegar logo:
- Vamos ter falta de produtos, mas quanto vai ser severa essa falta ainda depende do ritmo das fábricas, que estão voltando ao trabalho.
A Multilaser produz dois milhões de produtos por mês nas fábricas de Extrema (MG) e Manaus (AM), cada uma com cerca de 200 componentes vindos da China.
 
Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), avalia que o impacto será sentido de formas diferentes, dependendo do setor.
- Os setores dependentes de importação da China já sofrem. O que se agrava com a alta do dólar. O alívio poderia vir do estoque, mas que, neste momento, é reduzido, por causa da crise. Outra saída seria substituir importações, algo que requer algum tempo e que, em alguns casos, não é viável.
 
No comércio, ao contrário, há quem acredite que o efeito pode ser até positivo:
- Com a queda da taxa de juros e a inflação lá embaixo, o comércio tende a ganhar. A queda de preço de commodities como soja e milho, melhora o preço desses itens no país. O petróleo mais barato colabora para a redução do custo de frete. (Vá entender!!!)
 
Nisso tudo, o que não dá para entender nem um pouco é o vírus que o país tem na Presidência. Cada dia que passa, um novo escândalo, uma nova estupidez, uma nova agressão gratuita contra tudo e contra todos. Não satisfeito em agredir Lula, Dilma, o PT e todos partidos de esquerda, Bolsonaro ataca outros partidos de oposição e até o Congresso Federal e o Supremo Tribunal Federal. Agride todo o nosso povo, faz com que até representantes da igreja Católica protestem. Pior: até os irmãos proprietários do grupo Globo (longe de serem de esquerda) protestaram.
 
Além de ser da extrema-direita, Bolsonaro é um trapalhão perigoso.
 
Fica cada vez mais difícil descobrir qual o vírus que faz maior mal ao país.
 
Leia também no Brasil247 e no Globo.

 
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