A Mangueira já é campeã. E este ano veio disposta a conquistar o bi em cima do tal presidente desafinado. Se em 2019 já carregava a bandeira de Marielle Franco, no seu desfile nesse domingo a Mangueira veio com forte crítica a Bolsonaro, aos falsos profetas e ao fundamentalismo religioso. Trouxe um Jesus de rosto negro, sangue índio e corpo de mulher, para apoiar a crítica aos "profetas da intolerância".
Meu nome é Jesus da gente // Nasci de peito aberto, de punho cerrado // Meu pai carpinteiro desempregado // Minha mãe é Maria das Dores Brasil, cantou gloriosamente a Mangueira.
O fundamentalismo cristão, essa maluquice que maltrata o cristianismo, foi atingido diretamente: "Não tem futuro sem partilha nem ‘messias’ de arma na mão", cantaram os mangueirenses, apontando claramente suas baterias em direção à Presidência e seu bando. Veja o que diz samba enredo: A Verdade vos Fará Livre Moleque pelintra do buraco quente Meu nome é Jesus da gente Nasci de peito aberto, de punho cerrado Meu pai carpinteiro desempregado Minha mãe é Maria das Dores Brasil Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira Me encontro no amor que não encontra fronteira Procura por mim nas fileiras contra a opressão E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão Eu tô que tô dependurado Em cordéis e corcovados Mas será que todo povo entendeu o meu recado? Porque de novo cravejaram o meu corpo Os profetas da intolerância Sem saber que a esperança Brilha mais que a escuridão Favela, pega a visão Não tem futuro sem partilha Nem messias de arma na mão Favela, pega a visão Eu faço fé na minha gente Que é semente do seu chão Do céu deu pra ouvir O desabafo sincopado da cidade Quarei tambor, da cruz fiz esplendor E num domingo verde e rosa Ressurgi pro cordão da liberdade Mangueira Samba que o samba é uma reza Se alguém por acaso despreza Teme a força que ele tem Mangueira Vão te inventar mil pecados Mas eu estou do seu lado E do lado do samba também