23/02/2020 às 15h19min - Atualizada em 23/02/2020 às 15h19min

POLÍCIA MILICIANA

SÃO OS PMs DE BOLSONARO AGINDO FORA DA LEI


As cartas estão na mesa. O motim da PM do Ceará foi o estopim da nova escalada miliciana, que conta com a simpatia dos Bolsonaros. Aliás, não apenas simpatia – tem incentivo declarado. Já se mostra como uma milícia paraestatal bolsonarista.
 
A proliferação de escolas cívico-militares - impostas aos Estados a partir de Brasília -, a militarização total do Palácio do Planalto, a convocação, feita pelo general Augusto Heleno (um dos militares com gabinete junto à Presidência), de manifestações de rua em apoio a Bolsonaro contra o Congresso, são todos movimentos bem combinados.
O movimento dos policiais militares é o mais ousado, porque vai contra a Constituição, trata-se de um motim, cuja ilegalidade foi reafirmada pela Justiça. Ainda assim conta com apoio presidencial, evidente, por baixo dos panos.
 
Em sua coluna no Estadão, Vera Magalhães destaca que “não se ouviu do presidente da República, do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de nenhum dos militares do governo, que deveriam ser os primeiros a serem intransigentes na defesa da hierarquia e da disciplina militares, nenhum pio condenando o movimento ilegal dos PMs cearenses, cobrando o imediato desligamento dos amotinados nem a investigação e prisão dos autores dos disparos que alvejaram um senador da República”.
 
Flávio Bolsonaro chegou a dizer que os amotinados eram apenas pessoas em busca de “melhores salários”. Como assim? O senador e Filho do presidente da República não respeita mais a Constituição?!? Que país é este, Francelino Pereira??!!

Já em 2017, quando o movimento dos PMs começou no Espírito Santo, o (na época) deputado Jair Bolsonaro deu seu incentivo explícito. Naturalmente, os atuais líderes da greve ilegal no Ceará são todos políticos com patentes militares. Todos crias do bolsonarismo em 2018.
 
O Palácio do Planalto está simplesmente passando por cima dos governadores e insuflando nos policiais militares, através da questão salarial, a criação de uma milícia paraestatal. Isso não pode continuar. O Congresso, o STF e os governos estaduais têm que se mobilizar para que isso não continue.
 
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