21/02/2020 às 15h53min - Atualizada em 21/02/2020 às 15h53min

​CAMILO: “ ANISTIA DE QUEM FIZER MOTIM É INEGOCIÁVEL”

MASCARADOS PROVOCAM ATAQUES NO CEARÁ

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), descarta qualquer acordo com quem está provocando uma série de ataques no estado. Desde terça-feira, dia 18, os policiais militares e bombeiros estão em greve, que é proibida por lei, e amotinados nos quarteis. “Anistia de quem fizer motim é inegociável”, reafirmou Camilo.

Pelo terceiro dia seguido, mascarados estão provocando terror, incendiando carros e ônibus, atacando pessoas nas ruas e lojas. Entre 6h de quarta-feira, 19, e 6h de quinta, o Ceará registrou 29 assassinatos.

Atendendo a um pedido do governo estadual, a Força Nacional de Segurança e as Forças Armadas já reforçam a segurança. Segundo o secretário da Segurança Pública, André Costa, eles esperam também o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Penitenciária. 

De olho nas eleições municipais de outubro, deputados ligados aos amotinados não “escondem” o apoio à greve, que é proibida por lei. No site Os Divergentes, a jornalista Helena Chagas deu o título “Estado Policial” à sua coluna desta sexta-feira. E destacou: “O que se ressalta, acima de tudo, é a incapacidade dos poderes constituídos de fazer cumprir a lei e a mensagem dúbia que é passada pelo próprio presidente da República. Jair Bolsonaro assinou o decreto de garantia da lei e da ordem e mandou o Exército para o Ceará, mas ao mesmo tempo defendeu o excludente de ilicitude para os militares que, neste conflito, matassem alguém”.

E essa “mensagem dúbia” aumenta mesmo a gravidade da situação. Na noite dessa quinta-feira, os grevistas recusaram a proposta do governo do Estado. E tudo isso acontece às vésperas do Carnaval que atrai milhares de turistas ao Ceará. O mais grave ainda é que o motim dos policiais militares e bombeiros cearenses não é um fato isolado, como alerta Helena Chagas. “Os movimentos dos PMS que se alastram pelo país não são mais uma questão orçamentária e salarial. Trata-se agora de um problema institucional, a exigir a intervenção do Legislativo e do Judiciário”.

Leia também em Os Divergentes
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