18/02/2020 às 10h36min - Atualizada em 18/02/2020 às 10h36min

BOLSONARO INSULTA REPÓRTER DA FOLHA

FAZ “GRACINHA” COM INSINUAÇÃO SEXUAL


Foi nesta terça-feira, 18. Bolsonaro fez mais uma de suas gracinhas sem graça, típicas de um bobalhão. Insultou, com insinuação sexual, a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha. "Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos seus patetas de plantão]", disse ele, em frente ao Palácio da Alvorada. Foi uma referência ao depoimento de um ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, Hans River do Rio Nascimento, dado na semana passada à CPMI das Fake News no Congresso.

Hans River trabalhou para a Yacows, empresa especializada em marketing digital, durante a campanha eleitoral de 2018. Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha, baseada em documentos da Justiça do Trabalho e em relatos do depoente Hans, mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPFs de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos. 
Na CPMI, diante de deputados e senadores, ele deu informações falsas e insultou Patrícia, uma das autoras da reportagem sobre o uso fraudulento de nomes e CPFs para permitir o disparo de mensagens.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos “Filhos”, aproveitou a fala de Hans para fazer ofensas e insinuações contra a repórter da Folha, tanto no Congresso como em suas redes sociais. 
Sem apresentar provas, Hans afirmou que Patrícia queria “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”, declaração reproduzida em seguida por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.

Nesta terça-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro falou sobre o caso.
"Olha a jornalista da Folha de São Paulo. Tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: 'Eu sou (...) do PT', certo? O depoimento do Hans River, foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele", diz o Bolsonaro, para, em seguida, aos risos, fazer o insulto com insinuação sexual.

"Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais bobalhões]. Lá em 2018, o Hans já dizia que ele chegava e ia perguntando: 'O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo Whatsapp informações?' E outra, se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática, se eu for mentir contra o PT, eu tô falando bem, porque o PT só fez besteira."

"Tem um povo aqui [em referência a um grupo de simpatizantes], alguém recebeu no zap uma matéria qualquer que suspeitou pra prejudicar o PT e me beneficiar? Ninguém recebeu nada. Não tem materialidade, zero, zero zero. Você não precisa mentir pra falar sobre o PT, os caras arrebentaram com a Petrobras, fundo de pensões, BNDES..."

Em uma série de reportagens desde outubro de 2018, a Folha revelou a contratação durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam envios massivos de mensagens políticas. A primeira reportagem mostrou que empresas estavam interferindo nas eleições de 2018 ao comprar pacotes de disparos de mensagens contra o PT no WhatsApp. A disseminação funciona por meio do disparo a números de celulares obtidos por agências. Uma outra tratou do uso, de forma fraudulenta, de CPFs de idosos e até contratando agências estrangeiras.

Na verdade, a turma de Bolsonaro montou um grupo de pilantragem digital. E acham que isso é engraçado.

Leia também no Brasil247 e na Folha
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