12/02/2020 às 13h43min - Atualizada em 12/02/2020 às 13h43min

​REPÚDIO AOS ATAQUES A PATRÍCIA CAMPOS MELLO

FOLHA DESMASCARA AS FAKENEWS DOS GOVERNISTAS


A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) divulgaram nota manifestando solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, alvo de ataques nas redes sociais após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) repercutir, em sua conta no Twitter e no plenário da Câmara dos Deputados, declarações falsas contra a jornalista, por parte de um depoente à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News.

Uma das fontes de Patrícia Campos Mello na apuração jornalística sobre empresas contratadas para disparos em massa de mensagens de whatsapp nas eleições de 2018, Hans River do Nascimento declarou à CPMI das Fake News que a jornalista queria “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”. Ao repercutir a afirmação, o deputado Eduardo Bolsonaro disse não duvidar que a jornalista “possa ter se insinuado sexualmente”.

As declarações difamatórias foram desmentidas por reportagem da Folha, que disponibilizou provas, como gravações dos contatos e trocas de mensagens de Patrícia com Hans durante a apuração da matéria. A FENAJ e o SJSP repudiam as condutas do depoente e do parlamentar, entendendo que contribuem para a perseguição a jornalistas e descredibilização da profissão, reflexos dos ataques deliberados e estimulados pelo governo. 
A Federação e o Sindicato repudiam, ainda, o caráter misógino, violento e sexista do ataque à profissional jornalista, utilizado para colocar em dúvida a credibilidade das informações apuradas por Patrícia, uma das profissionais mais respeitadas e premiadas do país. O ataque atinge não só a repórter da Folha, mas também os princípios democráticos, constitucionais e a liberdade de imprensa. 
A Fenaj e o SJSP se colocam à disposição da jornalista para discutir e encaminhar as medidas cabíveis para defender o exercício do jornalismo e punir as mentiras e as ofensas utilizadas para atacar a jornalista e seu importante trabalho de reportagem.
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)


Os ataques à reporter Patrícia Campos Mello também foram assunto da coluna do jornalista Chico Alves, do UOL, com o título “Nos insultos a Patricia, Congresso mostra que se acostumou aos absurdos”.
O texto começa fazendo uma análise da situação que passa o Parlamento.

“Congresso brasileiro abriga no seu cotidiano momentos edificantes e episódios asquerosos. Preocupa, porém, o recente aumento da ocorrência de cenas que se enquadram no segundo caso. Confirmando essa tendência, ontem, na CPMI das Fake News, a Casa viveu um desses momentos sórdidos. Convocado para explicar o disparo em massa de mensagens mentirosas via WhatsApp durante a campanha eleitoral, como relatou a jornalista Patrícia Campos Mello, o depoente Hans River partiu para a ofensa”.

O texto seguiu relatando como prosseguiu o depoimento e a atitude vergonhosa do filho 03 do presidente Bolsonaro, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Apesar de Hans River ter sido desmentido logo depois, em vários pontos do depoimento, a fala de Eduardo Bolsonaro “deu a largada” para a jornalista sofrer novo e violento ataque também nas redes sociais bolsonaristas.

“Nesse país machista, a obstinada repórter sentiu mais uma vez na pele como é difícil para uma mulher desempenhar sua função, ainda mais quando enfrenta grupos poderosos. Diante do avanço feminino, sempre haverá quem use alguma baixaria sexista para desvalorizar a autora da proeza. Apesar de incômoda, a reação violenta pode ser vista, porém, como sinal de desespero dos denunciados. O tempo dirá....”, chamou a atenção Chico Alves. E o jornalista concluiu cobrando mudança urgente nos rumos do Congresso. “O ocorrido entra para a galeria de momentos lamentáveis do Parlamento brasileiro e, diante da falta de reação imediata, pode servir de alerta aos políticos eleitos. Até que ponto vai-se continuar banalizando absurdos na rotina da Câmara e do Senado? Há na legislação instrumentos para coibir abusos e eles devem ser usados. Também fora do Congresso é preciso que paremos de agir como se tudo estivesse normal. Quando políticos eleitos e seus apoiadores se sentem à vontade para triturar reputações com um sorriso nos lábios, é sinal que o país pegou o caminho errado. Essa correção de rota deve ser feita urgentemente...”

Pelo Twitter, a jornalista da Folha, Patrícia Campos Mello, divulgou um vídeo, na manhã desta quarta-feira, provando que Hans River mentiu na CPMI das Fakenews. 
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