A decisão da Comissão Executiva Nacional do PT, reunida no Rio, ontem (7 de fevereiro), parece que está fazendo salamaleque de um lado para o outro, na sua determinação sobre política de alianças, mas, na verdade, não está. Vendo por partes, temos:
As alianças do partido para as próximas eleições municipais excluem os partidos que sustentam a política ultraneoliberal do governo Bolsonaro (DEM e PSDB) e vetam composições com os partidos de extrema-direita.
Está definido como centro estratégico eleitoral a construção de alianças com PCdoB, PSOL, PDT, PSB, Rede, PCO e UP (Unidade Popular pelo Socialismo, fundado em 2016).
Onde o PT venha a ter candidatos a prefeito, podem ser feitas alianças com outros partidos, desde que autorizadas pelo Diretório Estadual e de forma alguma podem ser incluídos os partidos ultraneoliberais e os de extrema-direita. E os candidatos que tiverem apoio do PT devem ter “compromisso expresso com a oposição a Bolsonaro e suas políticas” e não podem ter “práticas de hostilidade ao PT e aos presidentes Lula e Dilma”.
A política de alianças é um dos pontos centrais da Resolução Política e Eleitoral aprovada na primeira reunião da executiva do PT eleita em 17 de janeiro. O partido “buscará constituir a Frente Democrática Popular, com forte participação dos partidos de esquerda, movimentos sociais e populares, setores progressistas, as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, para construir a força social e popular necessária para impedir os retrocessos e derrotar as políticas do governo Bolsonaro.” De acordo com a Resolução, “tal estratégia é compatível e complementar à formação de alianças táticas com setores sociais e políticos que tenham contradições reais com determinadas políticas do governo Bolsonaro”, como por exemplo a agenda antidemocrática do lavajatismo e a pauta obscurantista. “Qualquer aliança que não contemple a abolição da agenda econômica e social do governo Bolsonaro e seus aliados fará muito pouco pela democracia no Brasil e nada por sua população”, afirma a resolução.
Após a reunião da Comissão Executiva Nacional, foi feita a abertura do Festival PT 40 Anos, que continua neste sábado, 08, com a exposições culturais e um debate sobre o papel da esquerda na democracia, com representantes do PT, PSB, PDT, PCdoB e Psol. O evento será encerrado com um diálogo entre os ex-presidentes Lula, do Brasil, e Pepe Mujica, do Uruguai.
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