A corrida presidencial dos Democratas americanos nas eleições primárias é sempre algo confuso, mas a deste ano teve um início realmente desastroso, com os resultados antecipados do Caucus (escolhas partidárias para escolher o candidato) do estado de Iowa dramaticamente adiados devido a "inconsistências" na divulgação dos dados.
O Partido Democrata do estado disse que estava realizando um "controle de qualidade" sobre os números "com muita cautela", depois de relatos na segunda-feira de problemas com o aplicativo de telefone usado para transmitir notas de votos.
Após mais de um ano de campanha, confrontos ideológicos, debates sobre políticas e dezenas de milhões de dólares gastos, os resultados de Iowa oferecem a primeira chance de ver que apoio cada candidato presidencial Democrata realmente tem entre os eleitores.
A votação no Caucus começou nos mais de 1.600 distritos de Iowa às 19h, horário local. Mas, às 23 horas, nenhum resultado ainda tinha sido divulgado. A diretora de comunicações do partido de Iowa, Mandy McClure, declarou que tinham sido “encontradas inconsistências no relatório de três conjuntos de resultados". Ela tratou de amenizar: “Isso é simplesmente um problema de comunicação. O aplicativo não caiu, e isso não é um hack ou uma invasão. O material é consistente e levará apenas um tempo para relatar os resultados ”.
Difícil acalmar os ânimos com tanto dinheiro e tanta política colocados em jogo. E principalmente em cima das escolhas em Iowa, onde os candidatos começam a ter a primeira visão de como está sua campanha na relação com os concorrentes. Como Richard Wolffe (The Guardian) diz,” Iowa é como futebol. É a coisa mais importante de todas as menos importantes da política. Pode ser o primeiro estado do país a votar em uma eleição que decidirá se um cretino sociopata mantém o dedo no botão nuclear. Mas é também um estado com apenas seis votos no colégio eleitoral e uma população total de apenas 3 milhões de pessoas, cerca de 90% das quais têm a mesma cor de um milharal congelado”.
