23/01/2020 às 14h24min - Atualizada em 23/01/2020 às 14h24min

​BOLSONARO JÁ CAIU DE 55% NO SEGUNDO TURNO PARA 30%

ONDE ESTÁ SUA FORÇA AGORA?


Depois de arrastar o centro no primeiro turno com 46% e, principalmente, no segundo turno da eleição, com 55%, o rápido desgaste do primeiro ano de Bolsonaro no governo o situa agora em torno de 30%, segundo a maioria das pesquisas.
Contudo, a verdadeira força de Bolsonaro não está nesses 30%, como parece ser, mas no fato da maioria do centro, que já o abandonou, ainda não ter se definido a favor da retomada do Estado de direito.
Essa hesitação do centro se deve aos efeitos do antipetismo que, embora enfraquecidos, continuam presentes e realimentados pela grande mídia. Apesar das divergências da direita liberal com Bolsonaro, agora apresentada como “centro-direita” pela Rede Globo, o antipetismo interessa a todos, pois funciona como uma espécie de “grande muralha” de proteção dos golpistas contra Lula e a democracia popular.
O medo da direita liberal é com a possível inclinação de parte do centro para a defesa mais clara da democracia, especialmente no que diz respeito à defesa da educação pública, desenvolvimento econômico, geração de empregos, questão ambiental e soberania nacional. Cada vez mais, o chamado centro - basicamente as classes médias - começa a se arrepender do voto em Bolsonaro e começa a não ver nenhuma vantagem em ficar em cima do muro da política nacional.
Desde as eleições de 1989 a direita e a esquerda tinham cada uma em torno de 30% do eleitorado e a disputa do segundo turno se dava sobre os 40% restantes, correspondentes às diversas cores do centro. Acontece que em 2018 a direita liberal perdeu seus 30% para a ultradireita e agora paira sem base própria sobre as indecisas classes médias que se afastam crescentemente de Bolsonaro.
Os detalhes das pesquisas mostram a insatisfação chegando também nos segmentos de classe média e não apenas na base popular que ganha até 3 salários.
Desse modo, esse processo de deslocamento das classes médias reforça a já existente insatisfação da base popular e a oposição do campo progressista que votou em Haddad – e, com isso,  aumenta a polarização entre a barbárie fascista de Bolsonaro e a civilização democrática e popular representada principalmente por Lula e seu legado de desenvolvimento com inclusão e combate à desigualdade social.
Fato inegável é que o campo democrático e de esquerda volta gradualmente ao centro do palco político nacional e tudo indica que se fortalecerá nas próximas eleições municipais, nacionalizadas nas capitais e grandes cidades onde têm dois turnos, em consequência daquela polarização.
A formação dessa nova correlação de forças tornará cada vez mais difícil para o fascismo e a direita liberal tentarem um novo impedimento político de Lula por meio de outro processo judicial viciado e corrupto. Acredito que isso vai devolver os direitos políticos a Lula, garantindo a sua participação na referida eleição.
A polarização Bolsonaro-Lula, expressão política da contradição entre a barbárie e civilização, vai deixar a direita liberal de fora do segundo turno de 2022 - e isso num quadro de saturação do antipetismo e de ampla insatisfação social com Bolsonaro.
 
Val Carvalho
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