16/01/2020 às 11h42min - Atualizada em 16/01/2020 às 11h42min

BOLSONARO ATACA REPÓRTER DA FOLHA

FENAJ: VIOLÊNCIA CONTRA IMPRENSA AUMENTOU 54,07%

No mesmo dia que a Federação Nacional de Jornalistas denuncia um aumento de 54,07% de ataques a veículos de comunicação e jornalistas no primeiro ano do governo Bolsonaro, o próprio presidente ampliou essa terrível estatística. Ao deixar o Palácio da Alvorada, na manhã dessa quinta-feira, Bolsonaro atacou  uma repórter da Folha de São Paulo, antes mesmo dela fazer qualquer pergunta. “Você é da Folha de S.Paulo? Eu quero ver quando a Folha de S.Paulo vai desfazer a covardia que vocês fizeram com a Wal do Açaí, de Angra dos Reis”. Impedindo a repórter de perguntar, Bolsonaro seguiu nos ataques.
“Deixa eu terminar aqui”, afirmou e repetiu a pergunta. pergunta. “Porque quando vocês falaram que ela estava trabalhando no Açaí, ela estava de férias, conforme boletim legislativo da Câmara. Então a Folha de S.Paulo não tem crédito para acusar ninguém. Não tem credibilidade. Lamentavelmente, uma péssima imprensa”. O motivo da irritação? Mais outro escândalo  envolvendo o governo. Nessa quarta-feira, o jornal denunciou um esquema que envolve o Secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten.  Responsável pela distribuição da publicidade do governo, Fabio receberia, mensalmente, dinheiro das redes de mídia que veiculam a propaganda. Mesmo atacada, a repórter não se intimidou e continuou a perguntar sobre a denúncia.  Bolsonaro falou que “não quer conversa com a Folha de S.Paulo”, mas acabou falando sobre o caso do secretário de Comunicação. “Cara, eu não vou te responder isso aí. Se for ilegal, a gente vê lá na frente. Mas, pelo que eu vi até agora, está tudo legal com o Fabio. Vai continuar, é um excelente profissional. Se fosse um porcaria igual alguns que têm por aí, ninguém estaria criticando ele”.
Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e liberdade de imprensa 2019, que a Fenaj está divulgando, nessa quinta-feira, o governo Bolsonaro, sozinho, foi responsável por 121 casos (58,17% do total) de ataques a veículos de comunicação e jornalistas. Foram 114 ofensas genéricas e generalizadas, além de sete casos de agressões diretas a jornalistas. A maioria em divulgações oficiais da Presidência da República( discusros e entrevistas de Bolsonaro, transcritos no site do Palácio do Planalto) ou no Twitter oficial do presidente. 
Em 2019, o número de ataques contra jornalistas e veículos de comunicação chegou a 208, 54,07% maior do que os 135 registrados no ano anterior.
“Há, de fato, uma permanente ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e à integridade física e moral dos jornalistas. É preciso urgentemente frear o arbítrio instalado no país”, alerta a presidenta de FENAJ,Maria José Braga.Todas as agressões já foram denunciadas pela FENAJ. O governo não respeita a liberdade de imprensa e a violência contra os jornalstas explode no país. Em 2019, também cresceu o número de assassinatos, a violência extrema contra a categoria. Os jornalistas Robson Giorno e Romário da Silva Barros foram assassinados em Maricá, onde atuavam, na Região Metropolitana do Rio. Em 2018, foi registrado um caso e, em 2017, nenhum.
Segundo o Relatório da FENAJ, no ano passado, houve dois casos de racismo e, em 2018, nenhum. Quanto às ameaças/intimidações e censura, o número de ocorrências foi o mesmo de 2018, 28 e dez registros, respectivamente. As agressões físicas contra jornalistas diminuíram em 2019. Foram 15 casos, que vitmizaram 20 profissionais, contra 33 ocorrências no ano anterior. Foram registradas, também, 20 agressões verbais, dez casos de impedimentos ao exercício profissional, cinco ocorrências de cerceamento à liberdade de imprensa por meios de ações judiciais e dois casos de violencia contra a organização sindical dos jornalistas. Em 2018, foram 27, 19, dez e três casos, respectivamente. 

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