11/01/2020 às 14h04min - Atualizada em 11/01/2020 às 14h04min

​RECADO NACIONALISTA DE MOURÃO:

BRASIL TEM QUE SER INDEPENDENTE E PRAGMÁTICO


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, depois de um bom tempo deixando Bolsonaro fazer bobagem sozinho, resolveu abrir o verbo. E falou forte. Defendeu uma atuação "independente e pragmática" do Brasil no cenário internacional. Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta sexta-feira (10), ele fez breve análise do panorama geopolítico atual e reforçou a ideia de que o país deve buscar inserção soberana e colaborativa com as demais nações.

"O Brasil, tradicionalmente, sempre se voltou ao mundo de forma independente e pragmática. Nós temos que ter essa visão de perseguir os interesses do país. Costuma-se dizer que, em relações internacionais, não existem amizades eternas nem inimigos perpétuos, existem apenas os nossos interesses. Essa é a visão que nós temos que continuar, buscando uma inserção soberana do país, apresentando o Brasil como solução, e não como problema, seja aqui no nosso entorno próximo, na América do Sul e, ao mesmo tempo, com as grandes nações, como Estados Unidos, que nós consideramos o grande farol da democracia, a China, nosso maior parceiro comercial, a Comunidade Europeia, a Rússia e a África, não podemos descuidar da África, um grande número de brasileiros veio de lá."
 
Não precisava dizer mais nada. Estava dado o recado. Chega dessa política bajuladora atrelada a Trump. Mourão sabe bem do que está falando, tem atuado em assuntos estratégicos da agenda internacional. Logo no início do mandato, em fevereiro do ano passado, ele foi designado por Bolsonaro para ser o principal representante do país na reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, no auge do agravamento da crise política na Venezuela. Evidentemente é tão conservador – ou mais! – quanto Bolsonaro. Mas pelo menos sabe somar, não fica apenas no subtrair.
 
Nas viagens que tem feito,  diz que tem percebido um conjunto de mudanças estruturais em curso no mundo. "O cenário internacional não é simples, porque estamos vivendo três revoluções no mundo. A revolução do mais, em que as pessoas passaram a ter mais acesso ao conhecimento, mais acesso a informações, e, ao ter mais acesso, elas também querem mais. Temos a revolução da mobilidade, então as pessoas se deslocam mais facilmente, viajam e conhecem coisas diferentes. E temos a revolução da mentalidade, a juventude hoje mudou totalmente a sua mentalidade. O mundo enfrenta isso daí, gera intranquilidades e, ao mesmo tempo, existem as tensões sociais e econômicas, entre duas grandes economias, como a China e os Estados Unidos, com reflexos nos demais países e comunidades, digamos assim."
 
Mourão falou de política internacional, de economia, de reforma administrativa, de privatização, custo Brasil, infraestrutura, parcerias público-privadas, a reforma tributária – e só não falou mais porque faltou Brasil para tanta opinião. Ah, sim, também meteu a boca pela agenda social. Bolsa Família (será que também deseja reduzir o valor?) e educação de qualidade.
Mourão não é mais uma incógnita. Resta saber se escolheria Bolsonaro para vice em próxima eleição...
Toc! Toc! Toc! Pé de pato, mangalô três vezes. Para os dois!!!
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