É impressionante o nosso país ter um presidente como Jair Bolsonaro. Mais ou menos igual somente aquele dos Estados Unidos, o tal do Donald Trump. Com sua limitação político-ideológica, Bolsonaro simplesmente teve a ousadia (ou tacanhez, dá no mesmo) de afirmar que os médicos cubanos que participaram do nosso Programa Mais Médicos eram “um montão de terrorista”. Em resposta, Cuba diz que seus médicos, chamados de 'terroristas', atenderam 113,3 milhões de brasileiros. E Cuba ainda lembra que, com o Mais Médicos, 60 milhões de brasileiros tinham cobertura médica permanente – e agora estão abandonados.
Segundo O Globo, em pronunciamento sobre o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, Jair Bolsonaro afirmou que "nós não aceitamos o terrorismo. Não interessa o lugar do mundo em que ele venha a acontecer" – e complementou: "se tiver qualquer terrorista no Brasil, a gente entrega. [...] Assim como os cubanos médicos, entre aspas, saíram antes de eu assumir. Sabiam que eu ia pegar os caras. Um montão de terroristas no meio deles".
Os médicos cubanos atenderam em mais de 3.600 municípios – o que corresponde a mais da metade dos nossos 5.570 municípios. Deram cobertura médica permanente a 60 milhões de brasileiros como parte do programa Mais Médicos, penetrando em regiões que contam com uma pequena presença de médicos brasileiros. O Mais Médicos só tinha um problema, realmente “problemático”: nasceu como uma iniciativa de Dilma Roussef e buscava assegurar serviços médicos ao maior número possível de brasileiros.
Havana acusa Washington de orquestrar uma cruzada contra os serviços prestados internacionalmente pelos médicos cubanos, como parte da política de isolamento imposta pela Casa Branca há quase duas décadas. Para ser contra o Mais Médicos tem que ser muito doente...
