18/12/2019 às 13h18min - Atualizada em 18/12/2019 às 13h18min

​CADÊ OS DOCUMENTOS DO QUEIROZ?

MP DO RIO ESTÁ NAS CASAS DE PARENTES DE BOLSONARO

Difícil vai ser encontrar alguma prova ainda, mas fiscais e auditores do Ministério Público  do Rio de Janeiro estão desde as primeiras horas dessa quarta-feira, 18 de dezembro, em endereços de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro ( Sem Partido) e de familiares da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle. A operação cumpre mandados de busca e apreensão no Rio e em Resende, no Sul Fluminense, onde moram parentes de Ana Cristina, mãe do quarto filho de Bolsonaro, Jair Renam. 
As investigações estavam suspensas por  decisão do presidente do STF, ministro Dias Tóffoli,  a pedido dos advogados de Flavio Bolsonaro, mas foram liberadas pelo plenário Supremo, em novembro. 
O pm reformado Fabrício Queiroz foi exonerado do cargo comissionado da Assembleia Legislativa do Rio em outubro de 2018, logo que apareceram as primeiras denúncias sobre movimentações financeiras irregulares na conta dele que teriam sido detectadas pelo extinto Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira. As supeitas de que Queiroz seria o controlador de um esquema da “rachadinha” ( os comissionados recebem, mas devolvem a maior parte do salário para o parlamentar)  do gabinete do então deputado estadual Flavio Bolsonaro provocaram intervenções políticas e judiciais nas investigações. 
De lá pra cá, são 14 meses. Cadê o Queiroz? O aniversário da falta de respostas sobre as investigações do caso teve até bolo no Congresso e chegou aos Trendings Tops do Twitter. E até hoje, Fabricio Queiroz não foi depor no MP-RJ. 
Em Resende, a operação  está nos endereços de possíveis funcionários fantasmas dos gabinetes da família  Bolsonaro. São os pais, irmãos, tios e primos da mãe do quarto filho do presidente Bolsonaro, Renam Jair. As primeiras nomeações teriam começado em 1998, quando Bolsonaro passou a morar com Ana Cristina. Os pais dela foram nomeados assessores no gabinete do então deputado federal, na Câmara. Os outros parentes passaram a ser nomeados no gabinete de Flavio Bolsonaro. Os salários eram sempre superiores a R$4 mil, mas eles chegavam a devolver quase 90% para o gabinete. As investigaçoes já teriam confirmado que eles nunca trabalharam como assessor parlamentar na Alerj. 
Em setembro desse ano, o Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou que Carlos Bolsonaro, segundo filho do presidente que é vereador do PSC-RJ, também é alvo de duas investigações sobre supostas irregularidades no seu gabinete na Câmara de Vereadores carioca. As investigações estão em sigilo de Justiça. 
A jornalista Helena Chagas, do site Os Divergentes, avalia que a operação dessa quarta-feira do MP-RJ deve finalizar a investigação sobre a “rachadinha” no gabinete da Alerj e que é possível contra o senador Flavio Bolsonaro não demore a ser oferecida. Mas como a jornalista conhece muito bem a política de Brasília, ela considera “improvável que o senador sofra  punições mais drásticas, como a perda de mandato- até porque diante de outras acusações que atingem seus colegas senadores, a “rachadinha”... é “até um mal menor”.
Para Helena Chagas, o maior temor do presidente Jair Bolsonaro é o “avanço de investigações que relacionem os Bolsonaros a integrantes de milícias do Rio de Janeiro, com suas atividades pra lá de ilegais- e relação com crimes como a execução da vereadora Marielle. Esse, sim, seria o epicentro do terremoto político que os bolsonaristas temem, de consequências imprevisíveis”, alerta Helena.
Enquanto as investigações não são concluídas, o Brasil e o mundo perguntam: Quem mandou matar Marielle?



Os Divergentes
 
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