Quem vai parar com os assassinatos dos índios Guajajara no Maranhão? Nessa sexta-feira, foi confirmada a quarta morte de índios Guajajara, em um mês. Erivan Soares Guajajara, 15 anos, foi encontrado morto, a facadas, em Amarante, próximo à área indígena Arariboia. A Polícia Civil do Maranhão e a Funai estão investigando as circunstâncias do crime. Ao lado do rapaz teria outra pessoa morta.
Os ataques de madeireiros ilegais à área indígena se intensificaram desde novembro e levaram à Funai pedir ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, o envio de tropas da Força Nacional. Moro só autorizou envio para à região de Cana Brava, por 90 dias, e não para a Arariboia, onde acontecem mais conflitos entre indígenas e invasores. O governador do Maranhão, Flavio Dino, já editou o decreto Força Tarefa de Proteção à Vida Indígena que agiliza a colaboração dos policiais estaduais aos órgãos federais - responsáveis pela segurança das áreas indígenas- quando houver uma tentativa de violação dos direitos e para garantir a vida dos povos indígenas.
Assim que a morte de Erivan foi confirmada, a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, publicou nas redes sociais um texto protestando contra a grave situação de risco dos povos indígenas.
“São muitas falácias, muitas versões, acusações, não interessa, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém. Não é apenas um cenário de guerra, estamos num campo de batalha onde o ódio disseminado pelas forças políticas conservadoras, autoritárias, racistas são estimuladas pelo fascismo que já extrapolou todos os seus limites. Dorivan Guajajara da TI Araribóia no município de Amarante foi brutalmente assassinado a facada. É hora de dar um BASTA!! Todas as pessoas que não gostam de nós estão se sentindo autorizadas a matar porque sabem que a impunidade impera. O que vamos fazer para isso acabar !?? O sentimento de insegurança só aumenta, a tensão e a tristeza ... é muito ódio, gente!"
No final do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro foi denunciado ao Tribunal Penal Internacional por “crimes contra a humanidade” e “incitação ao genocídio de povos indígenas” do Brasil. De lá pra cá, a situação só se agrava.
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