12/12/2019 às 15h16min - Atualizada em 12/12/2019 às 15h16min

UNIVERSIDADES PÚBLICAS MANTÊM NOTAS ALTAS

DEPUTADOS COBRAM DE WEINTRAUB

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, não fez o dever de casa e deixou de apresentar à Comissão de Educação da Câmara, nessa quarta-feira, o relatório sobre o desempenho das universidades no Brasil. O ministro não disse aos deputados que 70% das universidades federais têm nota máxima do MEC, entre 4 e 5, e são muito superiores às universidades particulares, tão defendidas pelo governo. É o que revela o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), mensurado pelo Inep, órgão do ministério do Weintraub. Cada universidade é avaliada com nota de 1 a 5 e tem como critério a nota que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) atribui a cada curso de pós-graduação da instituição e a média de cada curso do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que também é mensurado pelo Inep.
As 13 federais que conquistaram nota 5 no IGC são as universidades de São Carlos, Viçosa, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Lavras, além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Fundação de Ciências da Saúde de Porto Alegre e a do ABC.
Das universidades particulares que possuem fins lucrativos, apenas 18% obtiveram nota máxima, enquanto as sem fins lucrativos tiveram 24% das instituições com esse desempenho.
Como o ministro da Educação foi convocado pela Comissão para explicar as acusações sobre drogas nas universidades, Weintraub preferiu manter a linha de denúncias vazias e acirrar ainda mais o clima. Agressivo, chegou a dizer que o país “vive a maior revolução na área do ensino dos últimos 20 anos”. E “o símbolo máximo disso é que sai o kit gay e entram livros para as crianças”. Weintraub usou reportagens antigas para dizer que existem plantações de maconha e produção de droga sintética nos campi. Os deputados reagiram e não pouparam críticas e pedidos de demissão para Abraham Weintraub. 


Como explicar para uma criança ou jovem que a pessoa que recebe dinheiro para pensar e apoiar a educação pública no Brasil só fala mal dos alunos, dos professores, dos pesquisadores e dos reitores? Enquanto ele critica, com grosseria, a Comissão Externa de Acompanhamento do MEC reprova a gestão de Weintraub. Segundo o relatório do grupo de trabalho, o planejamento e a gestão do ministério da Educação “estão muito aquém do esperado”. A baixa execução orçamentária dos programas educacionais e a falta de publicação do planejamento estratégico para o ano de 2019 também receberam destaques negativos.
Bem que os deputados tentaram discutir caminhos para melhorar a educação pública no Brasil, mas como o ministro Weintraub não estava interessado, os parlamentares deram muitas sugestões para ele.


Nessa quinta-feira, circulam pela internet notícias que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, entra de férias e não volta para o cargo. É esperar para conferir.
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