Os ataques racistas vêm se intensificando nos últimos meses no Brasil. Dessa vez, a denúncia vem dos alunos e professores da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, considerada uma das instituições que mais recebe alunos negros. Danilo Aráujo de Góis, estudante de Ciências Sociais, se negou a receber um documento das mãos da professora que é negra. Na frente da turma, ele discutiu com a professora. Danilo foi expulso da sala de aula.
A Universidade Federal do Recôncavo Baiano foi criada em 2006, pelo ex-presidente Lula. A sede fica no município de Cruz das Almas e tem mais quatro campi em Amargosa, Cachoeira, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus. Jovens negros estão em grande número nas salas de aula, biblioteca e corredores. Segundo os relatos, desde que entrou na universidade, em 2018, Danilo tem atiudes racistas. Não senta ao lado de negro, se recusa a receber qualquer livro,objeto, de um colega negro, professor e funcionários da área administrativa. Muitos alunos já ouviram de Danilo “ não me misturo com negros porque fui bem criado”. A reação ao ato racista reforçou a mobilização dos alunos pela expulsão de Danilo da universidade. No Twiiter, muitos elogiaram a instituição pela justiça social que ela representa.
A Universidade Federal do Recôncavo Baiano fez história na formatura da primeira turma de medicina, em novembro desse ano. Dos 29 formandos, 12 eram negros. A maioria se sustentou na adolescência com o dinheiro que a família recebeu do Bolsa Família. O acesso à universidade pública foi através do sistema de cotas. A reitoria da universidade ainda não se manifestou sobre a atitude de Danilo Araújo de Góis.
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