Qual é a credibilidade que tem um país que divulga números incorretos sobre o real desempenho da economia? Como atrair novos investidores? O Brasil enfrenta esse problema. Depois que um dos mais importantes jornais do mundo, o britânico Financial Times, levantou as suspeitas sobre a realidade da economia brasileira, o IBGE admitiu, nessa quarta-feira, dia 5, que os dados relativos às exportações brasileiras não eram compilados desde setembro. Qual é a consequência desse “erro”?
Na terça-feira, o governo comemorou o crescimento de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do 3º trimestre, dado melhor do que o esperado. Agora, os números revisados só serão divulgados em abril do ano que vem.
Para o Financial Times, "as diversas revisões e a possibilidade de novas correções no futuro próximo levantam, pela primeira vez, dúvidas sobre a precisão dos dados da economia brasileira - números há muito tempo vistos como exemplos de transparência entre as nações emergentes". O governo jogou a culpa para um funcionário público: um programador, ao calcular os números do PIB, teria esquecido de acrescentar um comando extra para a leitura de todos os dados. É claro que o sindicato dos funcionários do IBGE – ASSIBGE – reagiu e “devolveu” a culpa para o governo Bolsonaro e as políticas de precariedade e desmonte os quadros da instituição: "processo que também vitima o IBGE e representa um risco real ao sistema estatístico nacional".
