As famílias e amigos ainda estão enterrando as vítimas da tragédia de Paraisópolis quando surge uma denúncia gravíssima sobre a omissão de socorro após a confusão no baile. Às 4h18 de domingo, 1 de dezembro, uma jovem ligou para o Samu e pediu socorro para a atendente. Sem se identificar, disse que ela e um amigo tinham sido agredidos por policiais, inclusive teriam sofrido violência sexual. A moça avisou que havia outras vítimas. A comunicação foi transferida para outra viatura do Samu que às 4h29 considerou o pedido de “alta emergência”. Mas ninguém sabe quem e por que, um homem que se apresentou como bombeiro cancelou o envio da ambulância e disse que a PM já havia socorrido as vítimas. A denúncia foi apresentada no telejornal SP1, da TV Globo. Apesar do governador de São Paulo, João Dória, e o comando da PM reafirmarem que a conduta dos policiais durante o Pancadão de Paraisópolis foi “profissional”, não param de surgir nas redes sociais vídeos que comprovam o contrário. Nessa terça-feira, moradores da região publicaram um vídeo que mostra um oficial da PM agredindo os jovens que saíam desesperados da área do baile. "As imagens dos vídeos que estão chegando serão apuradas, não conseguimos afirmar o que é daquele dia, o que é real", disse a porta-voz da PM de São Paulo, major Cibele Marsolla. As investigações sobre a morte dos 9 jovens durante a confusão, a responsabilidade da PM e as denúncias de agressões e pisoteamento dos frequentadores do baile funk agora passaram para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. O Ministério Público vai acompanhar o caso. Os policiais envolvidos na operação já estão fora das ruas. Segundo o governador João Dória eles estão “preservados”.
