Depois de muitas liminares na Justiça e campanhas de conscientização junto aos pacientes e profissionais da área de saúde, a Anvisa liberou, nessa terça-feira, a liberação do registro, a produção e a venda em farmácias de produtos à base de Cannabis para uso medicinal. Todos os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária votaram pela regulamentação, impondo uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro. A liberação é temporária e tem a validade de três anos. As regras para prescrever o produto variam de acordo com a concentração de THC (Tetrahidrocanabidiol), a parte alucinógena da erva. Em concentrações abaixo de 0,2%, o remédio deverá ser prescrito com numeração fornecida pela vigilância sanitária e exige renovação da receita em até 60 dias. Já os produtos com concentrações de THC acima de 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham se esgotado as alternativas terapêuticas. A fila de pedidos para importar medicamentos à base da maconha já ultrapassa 14 mil processos. A regulamentação entra em vigor 90 dias após a publicação no Diário oficial da União. Ainda hoje, dia 3, os diretores da Anvisa vão decidir se autorizam o plantio da maconha no Brasil.