O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados reage às ameaças da volta do AI-5 e abre processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por falta de decoro parlamentar. Em outubro, ao ser entrevistado pela jornalista Leda Nagle, o terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro, comentou sobre as manifestações populares nos países da América Latina. Ao trazer o problema para o Brasil, não teve dúvida: “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta, pode ser via um novo AI-5. Pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália... alguma resposta vai ser dada”. Os partidos de oposição entraram com duas representações contra o deputado: a da Rede Sustentabilidade e a do PT-PSOL-PCdoB. Líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro também vai responder a um outro processo pedido pelo próprio partido dele. O PSL acusa o deputado de falta de decoro porque teria usado as redes sociais para ofender à deputada Joice Hasslmann (PSL-SP) quando ela saiu da liderança do Governo no Congresso. A decisão do Conselho de Ética foi justamente no dia em que grandes lideranças jurídicas e políticas reagiram à ameaça do ministro da Economia, Paulo Guedes, à volta do AI-5 para impedir manifestações populares contra medidas impopulares do governo Bolsonaro. O presidente do STF, Dias Tóffoli, e o ministro Ricardo Lewandowski saíram em defesa da democracia e criticaram duramente a volta do AI-5, um dos mais graves atos repressivos da ditadura militar.