As graves ameaças à democracia feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, provocaram fortes reações em todo Brasil, nessa terça-feira. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Tóffoli, foi taxativo: “O AI-5 é incompatível com a democracia”. Nessa segunda, em Washington, Guedes afirmou que não seria possível se assustar com a ideia de alguém pedir a volta do AI-5 caso os protestos radicalizem. Em Maceió, durante o encontro Nacional do Poder Judiciário, Tóffoli rebateu Guedes: “Não se constrói o futuro com experiências fracassadas do passado”. O ministro Ricardo Lewandowski saiu em defesa da democracia e mandou um duro recado caso o governo use as Forças Armadas para “sufocar franquias democráticas". E ainda alertou que Jair Bolsonaro "sujeita-se a processo de impeachment, caso venha a atentar contra o exercício dos direitos políticos, individuais ou sociais, extrapolando os rigorosos parâmetros que norteiam a atuação presidencial naquelas situações". Lewandowski criticou diretamente o envio ao Congresso o chamado do excludente de ilicitude em ações do projeto Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Para muitos juristas e a oposição, é “a ordem para matar”.
Em texto publicado no jornal Folha de São Paulo, Ricardo Lewandovski reafirma a sua posição contra a volta de práticas da ditadura. "Nem se imagine que a intervenção federal, o emprego das Forças Armadas em operações para garantia da lei e da ordem ou a decretação do estado de defesa e de sítio — estes concebidos para enfrentar graves comoções internas, calamidades públicas de grandes proporções e agressões armadas externas, dentre outras crises — podem prestar-se a sufocar franquias democráticas".
O ministro Paulo Guedes provoca fortes reações contra a ditadura e em defesa da democracia e uma disparada histórica do dólar. Abriu a terça cotado a R$ 4,25 e no meio da tarde já batia os R$ 4,27.
