04/11/2019 às 14h37min - Atualizada em 04/11/2019 às 14h37min

CATÁSTROFE, A OMISSÃO DO GOVERNO NOS MARES DO BRASIL

BOLSONARO DIZ QUE VAI PIORAR


O óleo avança, põe em risco a saúde da população, mata animais marinhos e mobiliza a população da costa do Nordeste do Brasil para tentar salvar o nosso patrimônio. Onde estava o governo? Decretando a “lei do silêncio” entre os servidores federais especialistas em meio ambiente e no combate à tragédias como essa. 
A chegada da mancha ao Arquipélago de Abrolhos, no litoral da Bahia, um santuário da biodiversidade do Atlântico Sul, localizado dentro do parque nacional marinho, berçário de espécies como a baleia jubarte e corais de extrema raridade, dispara o alerta máximo. 
No sábado, 2 de novembro, a Marinha informou ter encontrado pequenos fragmentos de óleo, na Ilha de Santa Bárbara, já no arquipélago, e na Ponta da Areia, em Caravelas, na Bahia. Nesse domingo, em entrevista à TV Record, o presidente Jair Bolsonaro disse que o “pior está por vir” sobre o óleo que chegou ao litoral nordestino, desde o início de agosto. "Temos um anúncio de uma catástrofe ainda maior que está para acontecer por causa desse vazamento que, pelo que tudo parece, foi criminoso", afirmou. “só falta bater o martelo”, adiantou Bolsonaro.
 O tom da declaração e as informações são bem diferentes da conversa que ele teve com o secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Junior, durante uma transmissão ao vivo, na quinta-feira passada. Eles falaram que pesca da lagosta e do camarão estava liberada e que não tinha nenhum problema. A ‘inteligência” dos peixes que fugiam do óleo, foi a “justificativa” do secretário para a liberação. 
A Polícia Federal afirmou, na sexta, dia 1 de novembro, que o navio de bandeira grega,   Bouboulina, seria o  suspeito de ter sido o responsável pelo derramamento de toneladas de óleo, atingindo mais de 200 cidades nordestinas. A empresa Delta Tankers, negou, em comunicado o envolvimento e afirmou que o navio chegou ao seu destino sem nenhum vazamento de combustível.
Bolsonaro também comentou sobre a possibilidade de nem todo o óleo derramado chegar às praias brasileiras, "se bem que, as correntes, tudo indica, foram para a costa do Brasil" admitiu. E até já “traçou uma rota” para o óleo. "Ele pode ter passado pelo Brasil e retornado para costa africana e para outro local qualquer", sugeriu. 
Enquanto se discute a culpa e não se toma medidas mais efetivas para conter a destruição, aumenta a preocupação dos especialistas com a chegada do óleo a Abrolhos. “É onde temos as melhores e mais preservadas áreas dos recifes de corais, uma área que está há bastante tempo intacta, com os corais que estão entre os mais saudáveis no Brasil. Ali também tem muita espécie de peixes ameaçada, tartarugas, aves marinhas... Por tudo isso, é bastante preocupante saber que o óleo chegou à região — disse Guilherme Dutra, diretor da Estratégia Costeira e Marinha da Conservação 
desde 1996. “São joias do mar em sentido literal. Os recifes cobrem menos de 1% dos oceanos, mas abrigam um quarto de todas as espécies marinhas conhecidas. Corais também são a fonte de substâncias em testes contra câncer, mal de Alzheimer, Infecções e doenças cardíacas, diz Raquel Peixoto, que coordena o Laboratório de Ecologia Microbiana e Molecular da UFRJ (LEMM).

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