02/11/2019 às 08h05min - Atualizada em 02/11/2019 às 08h05min

OS BOLSONAROS ESTÃO CERCADOS

QUANTO TEMPO RESISTIRÃO?

 
Certamente nunca se viu algo semelhante na história política do país. Um presidente e os seus filhos, também políticos, de forma direta ou indireta, têm os seus nomes intensamente associados às páginas policiais. E não se trata de morte acidental ou crime passional tipo simples. Tem digital de crime político. Praticado contra a vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, de 38 anos, por alguém que esteve antes na casa de um vizinho dos Bolsonaros. Pior - o porteiro teria se comunicado antes com o “seu Jair” (ainda sem confirmação). Cenário e roteiro hitchcockiano, uma janela indiscreta nas vizinhanças de Bolsonaro.
 

Mas o suspense continua. Entra em cena agora foto da promotora do caso Marielle, Carmen Eliza Bastos de Carvalho, usando camiseta da campanha de Bolsonaro Presidente. Pior, a promotora já postou foto ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), um dos responsáveis por quebrar a placa de rua feita em homenagem à vereadora Marielle. Conhece roteiro igual? A mídia, obviamente, repleta de razão, apontou seu dedo acusatório na direção da promotora. E, na noite de quinta-feira (31), a cúpula do Ministério Público (MP) no Rio de Janeiro se reuniu para pedir o afastamento de Carmen Eliza. Mas não foi nada tranquilo. Segundo a TV Globo, o encontro teve momentos tensos, com gritos e discussões. O afastamento era dado como certo, mas a promotora se recusou a sair do caso, já que é prerrogativa dos membros do MP decidir em quais investigações desejam atuar. Só no fim da tarde desta sexta (dia 1º), a saída foi confirmada. Em nota, o MP disse que "reconhece o zeloso trabalho" da promotora, "que nos últimos dias vem tendo sua imparcialidade questionada (...) por exercer sua liberdade de expressão como cidadã". A promotora também divulgou um texto, onde diz que a "liberdade de expressão deve ser respeitada", que "um promotor não perde seu direito de cidadão" e que, em 25 anos de carreira no MP, "jamais" atuou sob "qualquer influência política ou ideológica". É tudo tão complexo que o novo procurador-geral da República, Augusto Aras, em entrevista na GloboNews, tratou o caso Queiroz como caso Marielle (ou será vice-versa?).
 

Talvez o mistério esteja perto do fim. Talvez se estenda indefinidamente. Mas a impressão, digital ou não, é que os Bolsonaros estão indelevelmente associados a ele. Resistirão?
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