30/10/2019 às 15h27min - Atualizada em 30/10/2019 às 15h27min

PSOL QUER BOLSONARO E MORO LONGE DO CASO MARIELLE

MORO SUGERE “EQUÍVOCO” NA INVESTIGAÇÃO DO RIO

O PSOL cobra o distanciamento do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Sergio Moro, nas investigações do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Nessa quarta-feira, durante uma entrevista coletiva, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que eles não podem interferir porque Bolsonaro agora é um dos investigados após a denúncia do Jornal Nacional, nessa terça-feira, de que o presidente foi citado nas investigações da Polícia Civil do Rio. O porteiro do condomínio onde moram a família de Bolsonaro e de um dos acusados do assassinato de Marielle teria dito que o outro suspeito no crime entrou dizendo que ia na casa do Jair Bolsonaro. O porteiro afirma que o “seu’ Jair liberou a entrada. “O que nós exigimos é que Bolsonaro não interfira nas investigações e se explique quando for solicitado pela Justiça”, afirmou Juliano Medeiros. 
Mas Bolsonaro e Moro já começaram a tentar desqualificar as investigações da polícia fluminense. O ministro da Justiça pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura de um inquérito para a apurar a citação ao nome de Jair Bolsonaro na investigação sobre o assassinato de Marielle Franco. E se adianta nas conclusões ao dizer que pode ter ocorrido "eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa".  E Moro vai mais além ao tentar puxar as investigações sobre o assassinato para a Justiça Federal e a Polícia Federal ao dizer que a vítima é o Presidente da República. 
"É ainda possível que o depoente em questão tenha simplesmente se equivocado ou sido utilizado inconscientemente por terceiros para essas finalidades", disse Moro.
Pelo twitter, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) com quem a vereadora assassinada trabalhou durante 10 anos, mandou um duro recado para o ministro Sergio Moro. Freixo também lembrou Moro não fez nada para resolver o caso. A bancada do PSOL já pediu ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, uma audiência de urgência para garantir que as investigações continuem com o MP-RJ e a Polícia Civil do Rio.
O governador do Rio, Wilson Witzel, também reagiu às acusações de Bolsonaro de que teria comunicado a ele sobre o conteúdo do depoimento do porteiro.
"Eu jamais vazei qualquer tipo de documento. Sequer tive acesso a documentos que constam dessa investigação. E se esse documento vazou, como foi apresentado ontem numa emissora de televisão, que a Polícia Federal investigue e tome as providências", disse Witzel aos jornalistas em entrevista coletiva. 
Enquanto eles se acusam, como fica a segurança do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra? O deputado federal Rogerio Correia (PT-MG), já pediu que ele seja incluído no Programa Federal de Assistência e Proteção às Vítimas e Testemunhas (Provita).Esperamos que seja o mais rápido possível.

 
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