No último 10 de julho, o professor de estudos culturais da Universidade de Utrecht, Dan Hassler-Forest, publicou no The Washington Post um texto onde descreve o universo do filme O Rei Leão como um pesadelo fascista “no qual as hienas (negros e latinos) e Scar (homossexuais) são as minorias e Mufasa é Donald Trump (...), é um filme que nos apresenta uma sociedade em que os fracos aprenderam a adorar aos pés dos fortes”.
Por meios diversos, foi isso que Bolsonaro quis transmitir, quando produziu o vídeo onde ele é o Rei Leão fascista, todo poderoso, e o resto do mundo (o STF, o PSL, os partidos de esquerda, a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e os veículos de imprensa – incluindo a Folha) são as hienas, seres mais fracos que se unem para atacar o “rei” fascista. A fantasia bolsonariana não resistiu à crítica do mundo real e ele acabou tirando do ar o vídeo ridículo e pretensioso.
Bolsonaro não é Rei Leão coisa nenhuma. Mas gostaria de ser e de implantar um mundo inteiramente fascista no Brasil. O ministro do STF Celso de Melo, vendo a produção de Bolsonaro, declarou: “torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções”. Com todo o respeito ao ministro, Bolsonaro não pode encontrar limites na compostura, porque não tem a menor do ideia do que isso significa. É um vexame até no mundo animal.
