24/10/2019 às 09h51min - Atualizada em 24/10/2019 às 09h51min

NO JAPÃO, BOLSONARO AMEAÇA O MUNDO

QUER ACABAR COM O MERCOSUL


Jair Bolsonaro, nosso presidente digitalmente eleito, resolveu ameaçar a Argentina, particularmente a futura vice-Presidente, Cristina Kirchner. Disse ele: “Digamos que a volta da turma do Foro de São Paulo (fixação que Bolsonaro aprendeu a ter graças ao seu consultor astrólogo de Virgínia) e da Cristina Kirchner pode colocar em risco todo o Mercosul. Em se possivelmente colocando em risco todo o Mercosul, você tem que ter uma alternativa no bolso”, ameaçou. Apesar do palavreado truncado, a mensagem é claramente ameaçadora ao futuro governo progressista de Alberto Fernández e Cristina.
 
Bolsonaro, que foi eleito impulsionado pela onda conservadora de Dolnald Trump, se acha uma espécie de sub-reitor da América do Sul. Chegou à nossa praia impulsionado pela maré azul ou onda conservadora que avançou sobre o lado de cá do Equador.
Em 2016, sobre as mudanças políticas que estavam para acontecer no país, foi lançada uma coletânea de vinte ensaios organizada por Felipe Demier e Rejane Hoeveler, intitulada A Onda Conservadora — Ensaios Sobre Os Atuais Tempos Sombrios No Brasil. Já na sinopse, José Paulo Netto, professor emérito (ESS/UFRJ), caracteriza a oposição de direita como sendo "rebaixamento da inteligência". Talvez fosse melhor chamar de “ausência da inteligência”, substituída pela “violência da estupidez”.
Ele cita Gerardo Caetano, professor de Ciências Políticas da Universidade da República, no Uruguai, quando diz que “a onda conservadora (ou maré azul) é um fenômeno político que surgiu em meados dos anos 2010 na América do Sul” em função de escândalos de corrupção envolvendo os governos da época.
Ainda segundo Caetano, "quando os governos de esquerda ou centro-esquerda (...) assumiram nos vários países da região" (no início dos anos 2000, em um fenômeno conhecido como guinada à esquerda), "as sociedades estavam cansadas e vínhamos de várias crises. Esses governos resgataram e melhoraram a vida de muitas pessoas, mas faltava um projeto de longo prazo e, além disso, quanto mais melhoram de vida, mais as pessoas ficam exigentes".
 
Em escala global, a onda conservadora da América do Sul estaria associada à vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, e à ascensão de partidos de extrema-direita na Europa (Pasokificação).
Nesse mapa da América do Sul temos a ideia bem clara do que isso significou, mostrando os países que eram de esquerda em 2011 e os que restaram de esquerda em 2016. Bolívia resiste bravamente. Argentina caminha para um retorno à esquerda.
Na América Central, esse avanço já se percebe. Além de Cuba, mostram-se mais à esquerda México (que, na verdade é do Norte), Nicarágua e Panamá.
Aqui no Brasil, talvez seja preciso primeiro derrotar Trump...
 
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